18 de abril de 2016

Votar também faz parte da democracia

A Câmara Federal se reúne neste domingo, em sessão especial, para discutir o relatório final do deputado federal Jovair Arantes (PTB) que pede o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff (PT). Sacramentada essa etapa, o processo segue ao plenário do Senado Federal, que terá a missão de afastar ou não a petista. Serão necessários para afastar a presidente pelo menos 342 votos dos 513 parlamentares na Câmara. 
Os parlamentares, como diz texto da Constituição Federal, senadores são invioláveis, civil e penalmente, em quaisquer de suas manifestações proferidas no exercício ou desempenho de suas funções. Essa inviolabilidade abrange qualquer forma de manifestação, escrita ou falada, exigindo-se apenas que ocorra no exercício da função, dentro ou fora da Casa respectiva. 
Mais do que a liberdade de expressão do parlamentar, objetiva-se tutelar o livre exercício da atividade legislativa, bem como a independência e harmonia entre os Poderes. A partir da EC n. 35/2001, ampliou-se a imunidade para que, além de penal, se tornasse também civil, o que significa que o parlamentar não pode mais ser processado por perdas e danos materiais e morais, em virtude de suas opiniões, palavras e votos no exercício de suas funções.
Cada um tem direito de votar como bem entender neste domingo. Seja a favor, ou contra a presidente. Todos são livres em manifestar o que pensam. Hoje, as pessoas chegam a um grupo e a primeira coisa que se pergunta é se ela é contra ou favor.  De que lado você está? Ninguém pode mais compartilhar na rede social, se você é de um lado ou do outro, acaba sendo atacado nas redes sociais. 
Quem se posicionar contra o impeachment hoje, vai acabar se transformando em um boneco pendurado em um poste. Quem for a favor, entra na lista que está sendo propagada nas redes sociais. O curioso é que muitos políticos sequer pediram para entrar na lista contrária ou a favor da Dilma. Mas cada cidadão tem o direito de elaborar uma lista. Da mesma forma, cada parlamentar terá o direito de votar de acordo com suas convicções.  
Não existe somente um ponto de vista. É preciso ter o outro lado. No jornalismo, é assim que funciona. Não se pode admitir excluir uma pessoa, seja político ou artista, pelo fator de ser contra ou a favor do impeachment. Ao que parece, o mundo digital está abrindo espaço para idiotisse. É preciso ter a inteligência democrática. 

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