
O balanço da operação foi apresentado em coletiva à imprensa no final da tarde da última segunda-feira. Os números apresentados pelo comando do Exército impressionam e revelam a fragilidade na fiscalização durante os horários de visitas nas unidades prisionais. Para quem tem memória fraca, o presídio Urso Branco já foi palco de diversas rebeliões sangrentas que resultaram na matança de dezenas de presos nas décadas de 90.
As rebeliões no Urso Branco ficaram internacionalmente conhecidas. O governo brasileiro, na época, foi denunciado na Corte Interamericana dos Direitos Humanos por conta das mortes e superlotação de presos no sistema prisional. Até hoje governo brasileiro responde perante a Justiça internacional por conta da carnificina.
A operação do Exército foi uma grande surpresa para todos os presos e agentes que fazem a segurança no sistema prisional. No entanto, a quantidade de celulares apreendida também foi uma surpresa maior para as autoridades que comandaram a ação e participaram da varredura com o apoio logístico. O que os presos faziam com celulares e material perfurante dentro do presídio? Estariam os detentos articulando uma nova rebelião?
A ação do Exército revelou a grande fragilidade no sistema prisional e mostrou mais uma vez que o atual sistema de revistas de familiares que vão visitar os detentos nos finais de semana precisa ser revisto. A fiscalização, sem dúvida, deve ser reforçada e os presídios necessitam com urgência de bloqueador de celular.
Em tempo de crise no sistema prisional, o governo tem autorizado a presença do Exército nas unidades de segurança. Ontem (21), o presidente Michel Temer abriu crédito extraordinário de R$ 100 milhões para o Ministério da Defesa. Os recursos serão usados para o apoio logístico das Forças Armadas no sistema penitenciário e nas ações de segurança pública nos Estados.
Em janeiro, o Governo Federal autorizou a atuação das Forças Armadas nos presídios para fazer inspeção de materiais considerados proibidos e reforçar a segurança nas unidades. A segurança interna, entretanto, continua sob responsabilidade dos agentes penitenciários e policiais. O governo Estadual deve buscar agora uma forma de intensificar o cerco contra a facilidade no processo de entrada de drogas e celulares nos presídios. Se isso não for feito, o governo vai continuar injetando dinheiro do contribuinte para as Forças Armadas investirem em operação semelhante à ocorrida na última segunda-feira no Urso Branco.
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