O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Hermínio Coelho (PSD-Porto Velho), usou a tribuna ontem para pedir ao governador Confúcio Moura (PMDB) a demissão imediata do secretário de Segurança, Marcelo Bessa. “Ele (Marcelo Bessa) tem feito muita maldade ao Estado de Rondônia”, disse o deputado, acrescentando que a Operação “Apocalipse”, deflagrada pela Polícia Civil no dia 4 de julho, foi marcada por erros grosseiros.
“Foi um tiro que atingiu o próprio pé. A operação é recheada de trapalhada”, afirmou.
O Ministério Público, conforme lembrou Hermínio Coelho, pediu o arquivamento do inquérito produzido pela Polícia Civil. “Não conseguiram provar nada contra os deputados, que foram afastados do cargo por determinação do Poder Judiciário”.
O deputado Cláudio Carvalho, um dos afastados do cargo, disse que não faz parte de quadrilha, como consta no inquérito da Polícia Civil. “Quatro policiais arrombaram minha casa em busca de dinheiro e drogas. Isso não está certo”, disse o parlamentar petista. “Como fica a reparação dos meus filhos que foram para a escola e não conseguiram estudar?”, questionou.
A operação Apocalipse ganhou notoriedade no programa Fantástico da Rede Globo e resultou na prisão de mais de 50 pessoas. “Vou fazer de tudo para não envergonhar meus filhos”, disse Cláudio Carvalho.
18 de setembro de 2013
Pressão pela conclusão da BR-429
Porto Velho, Rondônia - A
mobilização de fechamento da BR-429 deflagrada na última
segunda-feira pelos moradores do município de São Miguel é um
sinal claro que o poder público só funciona por atos de protestos.
Moradores da região do Vale do Guaporé decidir ir às ruas e estão
saturados com as promessas de conclusão das obras da rodovia federal
que dá acesso aos municípios de São Miguel, Seringueiras, São
Francisco e Costa Marques, na fronteira de Rondônia com a Bolívia.
A
obra de recuperação da BR-429 tem um passado bem nebuloso e marcado
por escândalos por conta do desvio de recursos. Funcionários do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) foram
afastados do cargo por conta de desvios de recursos na obra. Segundo
apurou a Polícia Federal, após
meses de investigação, colheram-se indicativos de que a empresa
executora da obra utilizou material de baixa qualidade, bem como não
tem executado serviços nos termos do contrato, descumprindo o
projeto.
Constatou-se,
também, que agentes públicos responsáveis pela fiscalização e
acompanhamento da execução da obra eram coniventes e omissos em
relação às irregularidades, mediante promessa e recebimento de
vantagens indevidas, além de atuarem em conjunto com a empresa
executora com o objetivo de driblarem a fiscalização de órgãos de
controle.
Ao
longo da investigação foram colhidos indícios das práticas de
diversos crimes - formação de quadrilha, falsificação de
documento público, falsidade ideológica, peculato, corrupção
passiva e ativa.
Passada
a turbulência deflagrada pela Polícia Federal e os processos no Tribunal de Contas da União (TCU), sobraram problemas à população
que reside na região da 429.
O processo licitatório das pontes
atrasou e comprometeu o cronograma das obras. A preocupação maior é
a chegada do inverno amazônico. Com o período das chuvas, fica
comprometido a execução do projeto, mas essa ameaça depende muito
da empresa que está a frente do projeto – em Ji-Paraná uma
empresa consegui entregar as obras dos viadutos antes do prazo
estabelecido no cronograma. A 429 é uma rodovia de extrema
importância para a economia de Rondônia e precisa receber uma
atenção especial do governo federal.
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