O número de homicídios no Brasil, em 2015, ficou estável na mesma ordem de grandeza dos dois anos anteriores. Segundo o Ministério da Saúde, nesse ano houve 59.080 mortes. Trata-se de um número exorbitante, que faz com que em apenas três semanas o total de assassinatos no País supere a quantidade de pessoas que foram mortas em todos os ataques terroristas no mundo, nos cinco primeiros meses de 2017, e que envolveram 498 casos, resultando em 3.314 indivíduos mortos.
Os números foram apresentados ontem pelo Instituto Ipea e estão inseridos no Atlas da Violência 2017, divulgado ontem e fazem parte do estudo realizado pelo instituto e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que jovens e negros são as principais vítimas de violência no País.
O mapa mostra que em Rondônia, no período de 2005 a 2015, foram contabilizados 600 homicídios. Desse montante, segundo o estudo, 261 eram jovens entre 15 e 29 anos. As mulheres também não escapam da violência em Rondônia. Foram executadas nesse período 63 mulheres entre 15 e 29 anos. Deve observar que 383 foram mortos com o uso de arma de fogo, um sinal que a campanha do desarmamento não produziu efeito.
Pelo estudo divulgado, o perfil típico das vítimas fatais permanece o mesmo: homens, jovens, negros e com baixa escolaridade. Contudo, nos chama a atenção o fato de que, na última década, o viés de violência contra jovens e negros tenha aumentado ainda mais. O que se observou nos dados é o futuro da nação comprometido.
Vale registrar que entre 2005 e 2015, nada menos do que 318 mil jovens foram assassinados. Analisando o ano de 2015, a participação do homicídio como causa de mortalidade da juventude masculina, entre 15 e 29 anos de idade, correspondeu a 47,8% do total de óbitos (e 53,8% se considerarmos apenas os homens entre 15 e 19 anos). Nesse último ano, 60,9 indivíduos para cada grupo de 100 mil jovens, entre 15 e 29, foram mortos. Se considerarmos apenas a juventude masculina, este indicador aumenta para 113,6.
É uma triste realidade para o futuro do Brasil. Esses números precisam ser analisados com maior atenção pelos gestores públicos. O final do relatório destaca que fica patente a necessidade de um maior comprometimento das principais autoridades políticas e do campo da segurança pública em torno de um pacto contra os homicídios, em que a coordenação, o planejamento e a boa gestão venham a substituir o proselitismo político vazio, seguido de ações midiáticas que nada resolvem.
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