Setores
da indústria e comércio visualizam com muita preocupação o
reajuste de 25% na tarifa de energia elétrica em Rondônia. O
aumento foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) e atinge mais de 600 mil unidades consumidoras no Estado.
Quem
vai arcar com o maior prejuízo, sem dúvida, é o comércio, que
deverá repassar esse reajuste ao consumidor. Não há como afastar a
possibilidade de demissão.Geralmente, um comércio que tem 4
funcionários, pagará pelo maior consumo de energia ou deverá mudar
sua forma de funcionar.
Nessa
época do ano a temperatura é úmida devido ao período chuvoso. Com
isso, o consumo de energia deve variar. É comum, após esse
reajuste, comerciantes reduzirem o número de ar condicionados
ligados. Tudo para evitar demissão, no próximo ano, no comércio.
Na
próxima segunda-feira, a Assembleia Legislativa realizará audiência
pública para tratar do assunto. Em Brasília, a bancada federal de
Rondônia no Congresso Nacional começou a se mobilizar contra o
reajuste. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também se
manifestaram, através de petição junto a Justiça, no sentido de
rever o reajuste.
A
Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero) emitiu
nota de repúdio contra esse reajuste. Até a Câmara de Vereadores
de Porto Velho, que dormia em sono profundo em favor das causas dos
menos favorecidos, acabou divulgando uma manifestação contra o ato
tarifário da Aneel.
De
nada adianta culpar a Energisa, responsável pela distribuição da
energia elétrica em Rondônia. A política econômica da Aneel é a
única responsável por esse reajuste na conta do consumidor.
Trata-se do maior reajuste já anunciado em uma conta de energia.
Pelo
contrário do que pregam alguns economistas e sindicalistas, a
empresa não chegou no Estado com a missão de reduzir sua força de
trabalho e promover demissões em massa. A Energisa quer aproveitar
sim uma boa parcela de colaboradores para atender o setor
operacional, um dos principais gargalos em Porto Velho e no interior
do Estado. Talvez a menina dos “olhos de ouro” esteja nesse
setor. A população ainda sofre com alguns serviços que são
prestados, mas tudo é questão de tempo.
A
Energisa é bem-vinda ao Estado de Rondônia, mas pouco poderá fazer
para mudar esse cenário. O remédio constitucional para evitar essa
sangria no bolso consumidor é por meio da Justiça. O Brasil precisa
gera emprego e retomar ao crescimento, mas
sangrar
o bolso do consumidor não é a melhor a forma para corrigir erros do
passado.