Avenida Rogério Weber, no centro da cidade |
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, coronel José Pimentel, a administração ainda enfrenta problemas de logística no atendimento aos distritos. “Graça uma parceria com o governo do Estado, estamos conseguido atender algumas regiões”, explicou.
A prorrogação do estado de calamidade pública também será solicitado ao Ministério da Integração. “Independente da decisão do Governo Federal, o prefeito pedirá a prorrogação do decreto por mais 90 dias. A cota do rio Madeira está bastante elevada. Estamos com 3,30 metros acima da média”, explicou.
O decreto de calamidade pública foi assinado pelo prefeito no dia 27 de fevereiro, quando o nível do rio Madeira atingiu 18,60 metros. Na época, o nível ultrapassava o registro de 1997, de 17,52 metros, quando ocorreu a maior cheia do Madeira. Pelo menos 2,3 mil famílias ficaram desabrigadas. Durante esse período, a Defesa Civil conseguiu vistoriar 1,3 mil imóveis atingidos pela cheia.
“O rio Madeira ainda enfrenta problemas de desbarrancamento. Essa semana, estaremos nos distritos de São Carlos e Santa Catarina fazendo o trabalho de remoção do sedimento deixado pela cheia. A próxima localidade será Nazaré”, anunciou. Parte do maquinário da prefeitura estará nos próximos dias nessas regiões.
Estado decretou calamidade
O governo do Estado também decretou Estado de Calamidade em abril. De acordo com o Diário Oficial da União, um dos principais problemas apontados foi a elevação de vários rios que cortam Rondônia. “Considerando que a situação apontada veio a se agravar, substancialmente, com a ocorrência da elevação das águas dos rios Madeira, Guaporé, Mamoré, Abunã, Machado, Anta, Pirarara e Riozinho, e dos Igarapés Salgadinho e Tamarupá que, na data de 1º de abril de 2014, atingiram o nível de 19,71 (dezenove metros e setenta e um centímetros), apresentando-se 2,19 metros acima da maior cota já registrada em Porto Velho, (17,52m. em 09 de abril de 1997), situação essa que afetou todos os Municípios citados e excederam a capacidade de resposta dos Municípios e do Estado”.
De acordo com dados do Plano Integrado de Reconstrução e Prevenção de Desastres (PRPD), além de Porto Velho, mais sete municípios foram atingidos pela enchente do rio Madeira: Nova Mamoré, Guajará- Mirim, Costa Marques, Rolim de Moura, Cacoal, Pimenta Bueno e Jaru. Todos os distritos localizados no eixo da BR-364, sentido Rio Branco/AC, baixo e médio Madeira, também foram atingidos. Os distritos de São Carlos e Nazaré, pertencentes a Porto Velho, foram totalmente inundados e a população foi retirada do local. Em Nova Mamoré, foram inundadas as localidades rurais, tais como Vila Murtinho, localizada a 6 quilômetros da área urbana da cidade. A região foi totalmente alagada e as famílias, que subsistiam da agricultura familiar, perderam seus meios de produção. O distrito de Araras, pertencente a Guajará-Mirim, teve 80% de seu território inundada. Em Costa Marques, cerca de 4 quilômetros de extensão foi alagada. Na região de Cacoal, foram afetados 16 bairros, além de nove vicinais e a BR-364, que corta o município, bem como a área rural da cidade.
Ainda segundo os dados do PRBD, foram danificadas e impossibilitadas de tráfego a Rodovia 425, que liga os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré a Porto Velho, e a BR-364, que dá acesso ao Estado do Acre, o que deixou essas localidades isoladas. O isolamento acarretou no acréscimo dos preços de todos os itens da cesta básica, devido à escassez de produtos nos supermercados. Na Capital, cerca de 5 quilômetros da Estrada do Belmont, via terrestre que permite a distribuição de combustível ficou alagada. Os terminais portuários, com exceção do Porto Organizado, tiveram suas atividades suspensas. Prédios de instituições como Receita Federal, Tribunal Regional Federal e Tribunal Regional Eleitoral também foram invadidos pelas águas do rio Madeira.
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