A classe política do Amazonas ficou surpresa com a quantidade de votos nulos e brancos na eleição que serviu para eleger o governador Amazonino Mendes (PDT) para administrar o Estado até 2018. O pedetista, que já foi governador por três mandatos, venceu o segundo turno das eleições com mais de 60% da preferência do eleitorado. Ele disputou as eleições com o senador Eduardo Braga (PMDB).
Com 100% das urnas apuradas, foram contabilizadas 603.914 abstenções, 342.280 mil votos nulos e 70.441 votos brancos, totalizando 1.016.635 no total. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, no primeiro turno das eleições suplementares em um universo de 2,3 milhões de eleitores, os números de abstenções atingiram 569.501. Os de nulo 218 mil, enquanto os que votaram branco foram 61.826.
A eleição suplementar ocorrida no último domingo no Amazonas é um pequeno recado do eleitorado à classe política e pode causar surpresa nas próximas eleições do ano que vem. O eleitorado demonstrou a insatisfação com os escândalos de corrupção envolvendo a classe política e total apoio à operação Lava Jato.
O momento de insatisfação com a classe política ainda pode piorar. O Plenário da Câmara dos Deputados voltará a analisar a reforma política a partir de hoje (29). A proposta em análise (PEC 77/03) cria um fundo público para custear campanhas eleitorais e altera as regras para eleição de deputados e vereadores. A votação começou na última quarta-feira (23), quando os deputados decidiram votar o texto por temas. Pelas redes sociais, a sociedade já demonstrou que não aprova esse tipo de fundo público para custear as campanhas.
Esse momento de insatisfação está contagiando os partidos políticos. Algumas legendas estudam mudar de nome para confundir o eleitor. Outros partidos novos estão surgindo no cenário nacional e abrigando militantes já conhecidos no mundo do crime.
O fundo partidário tem valor superior a R$ 800 milhões para custear as eleições para presidente, governadores, deputados federais e estaduais e senadores. Trata-se de um custo bastante elevado, muito maior do que a capacidade do Fundo Partidário. O Brasil enfrenta uma das piores crises políticas com escândalos de corrupção e impedimento de políticos no poder. A eleição do próximo ano caminha para ser um verdadeiro fiasco e dificilmente a população irá recuar de mostrar sua insatisfação com o atual momento que vive o País.
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