Ainda de forma muito tímida, o Brasil começa a se recuperar da crise econômica com a geração de novos postos de trabalhos. O destaque na pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o contingente de trabalhadores por conta própria (22,6 milhões de pessoas) que subiu 1,6% na comparação trimestral (mais 351 mil pessoas) e na anual houve estabilidade.
É possível que esse aumento de trabalho por conta própria possa ter ligação direta com a liberação de mais de R$ 78 bilhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O cidadão beneficiado com o saque pode ter aproveitado o dinheiro para montar o próprio negócio.
No trimestre de maio a julho de 2017, segundo levantamento do IBGE, havia aproximadamente 13,3 milhões de pessoas desocupadas no Brasil. Esse grande número de pessoas desempregadas causou uma grande insatisfação com a política do governo Michel Temer (PMDB).
Agora, com esses números, este contingente apresentou queda de 5,1% (menos 721 mil pessoas), frente ao trimestre de fevereiro a abril de 2017, ocasião em que a desocupação foi estimada em 14,0 milhões de pessoas. A pesquisa fez uma análise de outra forma. No confronto com igual trimestre do ano anterior, quando havia 11,8 milhões de pessoas desocupadas, esta estimativa subiu 12,5%, significando um adicional de 1,5 milhão de pessoas desocupadas na força de trabalho.
Ainda é muito cedo para comemorar e o momento requer muita cautela. A novidade é que a indústria analisa com boas perspectivas a recuperação da economia e o empresariado já demonstra otimismo. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) subiu 2,1% em agosto frente a julho e atingiu 101,6 pontos neste mês. Apesar do aumento, o índice não reverte o desempenho negativo dos três meses anteriores e está em patamar menor que o registrado no primeiro quadrimestre do ano.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cilmar Azevedo, mostrou preocupação com a questão do crescimento da informalidade. A avaliação do coordenador é importante, mas não deve ter muita relevância no momento econômico que o Brasil vive. O desempregado não pode ficar esperando melhorar a situação brasileira e ficar à espera por um emprego de qualidade. O momento agora talvez seja de partir de fato para a informalidade.
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