13 de julho de 2012
Garçom diz que está pronto para governar
Em 1992, Lindomar Garçom, de 43 anos, decidiu entrar na vida pública em defesa da emancipação política do município de Candeias de Jamari. A investida deu certo. Após conseguir o pleito, Garçom foi incentivado a sair candidato a vereador. Venceu a eleição e decidiu depois disputar a Prefeitura. Foi eleito e reeleito. O trabalho rendeu dois mandatos de deputado federal.
Ao transferir seu domicílio eleitoral para Porto Velho, Garçom resolveu apostar na candidatura, em 2008, à Prefeitura da Capital. Seu plano não deu certo. “Disputar uma eleição contra alguém que está com a máquina administrativa na mão é desleal. Hoje não disputo com a máquina”, afirma.
Natural de Rondonópolis (MT), Garçom é casado, tem 4 filhas e diz que é o único candidato preparado para administrar Porto Velho. “Passei pelo executivo, legislativo e tenho experiência que meus adversários não têm”, garante.
Diário: Como começou a carreira política?
Garçom: Ao chegar em Porto Velho, passei a morar na Vila Candeias, que fazia parte da Capital. Resolvemos fazer um movimento de emancipação da cidade em 1992. À época, a emancipação seria positiva a região. Em 13 de fevereiro Candeias passou a condição de município. Lideramos o movimento pelo sim. Após esse ato, me chamaram para ser candidato a vereador. Fui o mais votado e eleito presidente da Câmara.
Diário: Foi fácil se eleger prefeito da Candeias?
Garçom: Ao encerrar mandato de vereador, decidimos então em 1996 disputar o cargo de prefeito. Vencemos as eleições com 75% dos votos. Direcionei meu trabalho em benefício do povo. Garantimos 95% de eletrificação rural e transporte escolar. O fruto do meu trabalho rendeu o prêmio Sebrae nacional de melhor prefeito
Diário: Na sua reeleição plantaram notícias contra sua gestão? Isso atrapalhou sua trajetória?
Garçom: O desespero dos adversários foi encomendar pesquisa mostrando resulttado negativo para que o povo se iludisse e votasse no candidato adversário. Combati a pesquisa dizendo a seguinte: “gente, vote conforme sua consciência, pois a pesquisas que estão soltando nas ruas são encomedadas e toda a encomenda é entregue conforme o gosto do cliente”. A surpresa foi minha reeleição com mais de 70% dos votos válidos.
Diário: A reeleição à Prefeitura é atribuida a que?
Garçom: O que reforçou minha reeleição foi título que recebi do Sebrae de melhor prefeito. Utilizamos poucos recursos que fizeram grande transformação na vida da população de Candeias.
Diário: O que marcou sua passagem pela Faser na gestão do ex-governador Ivo Cassol?
Garçom: As pessoas não davam importância para a pasta. Criamos o programa “Faser em Ação”. Começamos a olhar de uma maneira diferente a população. Conseguimos atender os ribeirinhos que estavam abandonados. Tomamos todas as providências no sentido de fazer com que a Faser chegasse à sociedade. Fiz um planejamento e além disso, eu usava programa de tevê pra mostrar o sofrimento do povo. Nosso objetivo foi resgatar a dignidade do povo ribinheiro. Levamos para os bairros e municípios cursos de capacitação. Conseguimos bancos para atender a comunidade. Garantimos estrada até o distrito de São Carlos e policiamento no local.
Diário: Sua vitória na eleição para deputado federal foi considerada uma zebra política na época. Como conseguiu essa expressiva votação?
Garçom: Apresentei propostas viáveis e consolidadas. O município de Candeias serviu de exemplo. Conseguimos, apesar de poucos recursos, levar 100% da água tratada à população. Em Porto Velho não foi diferente. Garantimos recursos para água tratada e saneamento básico. O PV, meu partido, no debate das construção das usinas, aceitou os empreendimentos em Rondônia, mas desde que o ministro Marcio Fortes colocasse recursos no PAC para água tratada. Trabalhamos para o projeto sair do papel. Conseguimos junto ao TCU agilizar o andamento das obras e evitar que o dinheiro retornasse aos cofres do governo federal.
Diário: Você disputou a prefeitura de Porto Velho em 2008, o que atribui a derrota?
Garçom: Não vejo como derrota. Perdi apenas para o atual prefeito Roberto Sobrinho (PT) que estava em processo de reeleição. Disputar uma eleição contra alguém que está com a máquina administrativa na mão é desleal. Hoje não disputo com a máquina.
Diário: O que o motiva a segunda disputa?
Garçom: O Lula quebrou essa tradição. Fizeram de tudo para eu não sair candidato, mas em nenhuma momento eu pensei em ser vice. Eu estou preparado para ser o prefeito de Porto Velho. Sou o único que tem experiência de gestão pública no legislativo e executivo. Sendo eleito, não vou ficar um ano para conhecer a máquina e os problemas. Vou agir.
Diário: Surgiu informação que você seria o Plano B do Ivo Cassol. Procede?
Garçom: Eu optei em ser o candidato com partidos independente de grandes grupos políticos, pois não quero comprometer a administração para o futuro. Quero fazer um trabalho para o povo. Estão coligados com a nosso projeto cinco partidos: PTC, PHS, PV, PRP, e PSL. Como se percebe, esses partidos são independentes.
Diário: Quais as principais propostas para Porto Velho?
Garçom: A primeira é fazer uma parceria e garantir investimentos no sistema de água e esgoto sanitário para tirar o pé da lama. Colocar sistema de drenagem de águas pluviais é o segundo passo. Quero fazer parceria para combater as alações e concluir os 400 quilômetros de asfalto que faltam. Existem recursos, basta saber buscar. Pretendemos resgatar as compensações decorrentes das obras das usinas. Fazer uma tomada de conta especial referente a alguns pagamentos feitos pelos empreendedores das usinas do rio Madeira ao município. Vamos resgatar a melhoria de vida da população.
Diário: Sua opinião sobre a atual administração?
Garçom: Dou nota 5. Existem muitos feitos que não podem negar. Melhorou a saúde e o prefeito se esforçou para levar asfalto aos bairros. O PV não participa do governo Roberto Sobrinho. A parte negativa foi a falta de planejamento para aplicação de recursos, compensações, orçamento estadual e federal. Se esses recursos tivessem sido aplicados de forma eficaz seria muito melhor. Na nossa gestão, vamos montar uma equipe técnica para dar resposta ao povo.
Diário: O que falta para melhorar a saúde?
Garçom: É necessário construir o hospital municipal. Descentralizar o serviço do SAMU e precisamos aumentar o número da equipe da saúde família. 65% da populção está dentro da saúde da família, mas 35% aparece sem atendimento.
Diário: Tradicionalmente, o prefeito e governo não se entendem. Caso seja eleito, como mudar essa tradição?
Garçom: Vou seguir a bíblia. Toda autoridade é constituída por Deus. Tenho que fazer é buscar um meio para que ele (governador) possa fazer uma boa gestão.
Diário: E a situação do trânsito?
Garçom: Colocaremos em prática um programa de trânsito. Vamos buscar soluções junto as pessoas técnicas e engenheiros para resolver o problema. Não precisa buscar gente de fora. Tem gente capaz e que pode ser aproveitada. Abertura de novas vias para facilitar o trânsito de veículos é uma alternativa.
Diário: No transporte, o que falta para melhorar?
Garçom: Apoiar as empresas que hoje fazem o transporte e dar condições para reduzir custos e gastos nas ruas. Colocar novos pontos de ônibus. Asfaltar todas as vias onde os ônibus circulam. Além de manter as empresas que estão hoje no mercado, vamos abrir espaço para outras empresas entrarem no mercado. Com isso, melhora o serviço. Vamos instituir a tarifa social nos sábados e domingos. A integração do transporte é outra alternativa nossa. Hoje o “Leva Eu” não integra. Pretendemos construir o terminal de integração nas zonas Sul e Leste. No local da atual rodoviária, será construido outro terminal integração de ônibus.
Diário: E o pós-usinas?
Garçom: A primeira medida para ser tomada para evitar problemas da falta de emprego é firmar parceria com o governo e reduzir impostos. É preciso desburacratizar a máquina pública e agilizar o processo de liberação de alvarás para construção. Muitos (alvaras) chegam a demorar oito meses. Isso afasta o empreendedor. 65% dos terrenos estão dinponíveis para esses empreendedores. Não existe mais a falta de energia. Esse problema já foi resolvido com a construção das usinas. A indústria gera emprego definitivo e isso manterá o comércio da cidade.
Autor: Marcelo Freire/Carlos Sperança
Fonte: Diário da Amazônia
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