Tomas Correia é suplente de Senador |
Porto Velho - Rondônia - Ex-deputado
estadual, ex-prefeito de Porto Velho e ex-secretário de Obras do
governo do estado, Tomás Correia
foi uma das lideranças políticas mais brilhantes da década de 80
em Rondônia. Combativo, e com um discurso contundente contra a
ditadura militar e o governo de Rondônia – até então os
governadores eram nomeados advindos da Marinha, Exército e
Aeronáutica – Correia marcou época liderando a oposição.
Suplente do senador Valdir Raupp, presidente do Diretório Nacional
do PMDB, Tomás assumiu
a cadeira no inicio do mês, em vista do pedido de licença do
titular, que está percorrendo o país em apoio aos candidatos do
partido.
Com
62 anos de idade, advogado e promotor de justiça
aposentado, Tomás Correia,
natural do município de Granja (CE), reside em Rondônia desde 1981.
Além
de galgar a cadeira ao Senado, o ex-parlamentar foi conduzido à
presidência do diretório estadual do partido e vai comandar a
legenda nas eleições municipais. O PMDB é a maior sigla do estado,
conta com o maior número de vereadores, de prefeitos, e nas eleições
de 2010 elegeu o governador Confúcio Moura, o senador mais votado
(Raupp) e a deputada federal mais votada (Marinha Raupp). Nesta
entrevista, o Carcará – apelido carinhoso dos amigos - fala das
perspectivas do PMDB. Confira.
Diário
– Como chegou a Rondônia nos anos 80? É verdade que até os 17
anos não tinha começado os estudos?
Tomás Correia
– Sai do Ceará em 68. De lá, fui a Brasília trabalhar na
cooperativa do Congresso. Foi meu primeiro emprego aos 18 anos. Era
lavador de carros à noite na garagem do Senado. Meu sonho era ser
motorista de um daqueles carros tão bonitos. Nunca tinha estudado.
Inicie meus estudos tarde, quase aos 18 anos, e me formei em Direito
em 1979. Desembarquei em Rondônia em 81, através de um concurso no
Ministério Público.
Diário
– E as eleições de 1982? Você tinha sido perseguido e “exilado”
para Roraima. Conseguiu voltar e se eleger deputado estadual, como
foi isto?
Tomás Correia
– Como eu era promotor público atuante e membro do PMDB o governo
de Rondônia forçou minha transferência para o território Federal
do Amapá, onde exerci minhas funções até a data da convenção. O
poder dominante queria implodir minha candidatura. Mas voltei a tempo
e em 82 fui o deputado estadual mais votado do PMDB, e o segundo mais
votado no Estado.
Diário
– Depois de deputado, o senhor foi prefeito na capital. Como foi a
experiência?
Tomás Correia
– Fui prefeito, sucedendo Jerônimo Santana. Era seu vice.
Encontrei uma prefeitura desestruturada, porque na época a folha do
pagamento era paga pelo estado. Desde os idos de Território a
prefeitura era uma mera autarquia. E me trataram assim. Mas aos
poucos fomos buscando meio. Combati a especulação imobiliária,
fizemos programas de assentamentos populares e construímos conjuntos
habitacionais como Caiari, Guaporé, Mamoré, Jamari. Fiz o que era
possível. Foi uma experiência interessante, pois antes como
deputado eu era um critico, do outro lado virei vidraça.
Diário
– De uns anos para cá o senhor trabalhou mais na articulação
política, mas agora está novamente na linha de frente. Já sentiu o
gostinho de ser senador?
Tomás Correia
– É uma honra muito grande, mas o exercício deste cargo não me
atrai pela honra em si, mas pela responsabilidade de representar um
estado tão importante como Rondônia, que é o estado que mais
cresce no país, com pessoas de todas as partes do Brasil. Quero
corresponder à confiança da população, quero errar o mínimo
possível para dar conta do recado. Afinal estou sucedendo hoje um
grande líder, um líder nacional, que tem uma brilhante carreira no
Senado.
Diário
– Qual a avaliação que o senhor faz do governo Confúcio Moura.
Ele ajuda ou atrapalha os candidatos a prefeito?
Tomás Correia
– Acho que ajuda. O governador é uma um democrata, tem tido
habilidade em governar o estado estabelecendo parcerias com os
municípios. É um governo sério, aberto para o diálogo e o estado
estava precisando disto. Temos um grande trabalho nas estradas. O
pagamento em dia dos servidores está em dia e é feito no mês
trabalhado. E ele tem enfrentado as greves com diálogo e
atendendo as reivindicações dentro das suas possibilidades.
Diário
– No entanto a área de saúde tem sido muito criticada em
Rondônia...
Tomas Correia
– Apesar das criticas a saúde, eu destaco vários pontos
positivos. Em primeiro lugar porque ele foi transparente mostrando a
situação de casos. Em segundo lugar porque ele trabalhou no
equacionamento dos problemas e já estamos sentindo uma virada.
Confúcio mostra ações concretas. Recentemente inaugurou ala do
Hospital de Base, desafogando o João Paulo II. Temos já funcionando
um novo hospital infantil e agora em agosto serão inaugurados mais
dois UPAs em regiões densamente habitadas como as Zonas Leste e Sul.
Além disto, o governo também, em parcerias com o hospital de câncer
de Barretos, já inaugurou a primeira ala do hospital do Câncer em
Rondônia com tratamento de primeira geração, uma referencia no
Brasil no exterior. Confúcio esta vencendo o seu grande
desafio, um desafio que seu antecessor não conseguiu e já esta
virando o jogo.
Fonte: Carlos Sperança/Diário da Amazônia
Fonte: Carlos Sperança/Diário da Amazônia
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