Cerca de 60 famílias, moradoras das casas que estão afetando diretamente a conclusão da cabeceira da ponte sobre o rio Madeira, devem ser retiradas do bairro Balsa e realocadas até dezembro deste ano, é o que afirma Elson Dias, líder do contrato e o engenheiro responsável pela obra realizada pelo Consórcio Aterpa M.Martins -Emsa. A falta de um local para remanejar as famílias desapropriadas foi o motivo que atrasou a entrega da ponte, que está 97% concluída. Se não fosse este impasse, a obra – que começou em maio de 2010 – teria sido entregue em março.
Segundo a moradora Ducerlani Oliveira de França, a falta de informação por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) sobre o destino dos moradores do bairro Balsa complica a situação. “Eles só procuraram a gente quando a ponte estava quase pronta. Estamos sem saber para onde e quando vamos sair das nossas casas. Uma hora eles querem alugar casas para a gente sair daqui para eles finalizarem a cabeceira da ponte, mas não passam informações corretas para a gente. Outra hora dizem que só vamos sair quando finalizarem às casas do outro lado do rio”, disse Durcerlani.
EM NOVO ENDEREÇO, VITÓRIA RÉGIA, 5457, ELDORADO |
A dona de um restaurante, Maria Edina, confirma a falta de informação sobre o processo. “Não sei dizer como está o andamento das nossas casas do outro lado do rio. Parece que vai ter uma reunião, mas estou esperando uma decisão concreta por parte para resolver o problema de vez”, destacou Maria. O restaurante está localizado bem em frente a ponte.
O comerciante Amauri Nogueira Soares, que mora há 20 anos no local e terá que desocupar o estabelecimento para a conclusão da ponte, destaca que só aceitou morar do outro lado do rio porque a oferta pela casa foi abaixo do que realmente vale. “O que eles queriam pagar era um preço fora dos padrões. A gente queria vender, mas o que eles ofereciam não dava nem para comprar um apartamento em Porto Velho”, disse Soares.
Moradores não aceitam proposta de mudança
O líder do contrato e engenheiro responsável pela obra, Elson Dias, diz que para finalizar a cabeceira da ponte a empresa propôs que os moradores da localidade deixassem suas moradias e alugassem apartamentos até dezembro deste ano, época em que possivelmente o condomínio deveria estar pronto. No entanto, duas famílias não aceitaram a proposta e como moram em pontos que inviabilizam a continuidade da obra, a entrega da ponte atrasou. “O Dnit tem um programa que paga o aluguel para moradores, então iríamos aproveitar o sistema e pagar o aluguel dessas famílias para continuarmos a executar a obra. Mas, das 42 casas que estão na área, duas não aceitaram e inviabilizou o processo. A gente precisa de toda a área desocupada e estando duas residências no caminho não tem como dar andamento”, afirmou.
Ainda de acordo com o engenheiro, 60 casas devem ser entregues até dezembro deste ano e as outras 108 propriedades deverão ficar prontas em agosto de 2014. Elson ainda afirma que caso não houvesse imprevistos a ponte deveria ter sido entregue em março passado. “Nosso organograma estava previsto para finalizarmos a ponte em agosto, mas ocorreram esses imprevistos. Só falta realocar essas famílias para começarmos essa cabeceira”, finalizou o engenheiro.
Ofertas para desa-propriação
Para desocupar a área, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dni)t ofereceu duas formas de indenização aos moradores. A primeira é o reembolso, onde é realizada uma avaliação da condição e localização do imóvel e oferecido um valor equivalente ao estado da residência. Na segunda, o Departamento ofereceu casas em um condomínio situado do outro lado do rio, cerca de 1 quilômetro da ponte. As famílias que aceitaram a indenização já receberam o dinheiro e desocuparam a área. Porém, o problema são às casas do condomínio do outro lado do rio Madeira que não ficaram prontas até o momento de entregar a ponte. (Paulo dos Santos/DA)
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