Tive a oportunidade de entrevistar o ex-governador Jerônimo Santana em sua residência, no Lago Sul, em Brasília, no ano passado. Me recordo bem do ambiente para entrevista, a biblioteca de Jerônimo, recheada de livros que marcaram a história do Brasil e da política – a obra 50 anos em 5, de Juscelino Kubitschek, era a sua preferida. Percebi que o ex-governador era apaixonado pela leitura e, mesmo enfermo, após sofrer um derrame que lhe rendeu uma cadeira de rodas, fazia questão de saber notícias de seu Estado através de jornais locais, inclusive o Diário da Amazônia, que chegavam em sua residência. No momento da entrevista, ele estava trabalhando na produção de três livros: um sobre política e Amazônia;“Salvemos a Amazônia” e “Do Outro Lado do Poder”. Na última obra, ele pretende revelar os bastidores do poder em Rondônia.
Confessou durante uma hora e meia de entrevista temas que a população de Rondônia desconhecia, e até as pessoas mais próximas. A última vez que esteve com o atual governador Confúcio Moura, também do PMDB, foi antes da solenidade de posse, em 2010. Ele recebeu o governador em sua residência em Brasília. Perguntei o que os dois haviam conversado. Ele não revelou o teor da tema e talvez pretendia escrever no livro “Do Outro Lado do Poder”. A morte foi mais rápida. Mas Jerônimo chegou a aconselhar Confúcio: “Disse a ele (Confúcio) não cometer o mesmo erro que cometi. Não fui bem assessorado e meu governo acabou sendo prejudicado por secretários despreparados. Me coloquei à disposição dele”, revelou o homem da Bengala, como era conhecido o ex-governador. (Marcelo Freire)
Nenhum comentário:
Postar um comentário