20 de dezembro de 2014

Editorial: Pecuária de Rondônia em queda

O Brasil pode comemorar o faturamento do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2014, mas em Rondônia o momento é de estagnação no setor que já puxou o crescimento do PIB agrícola do País. Estimativa realizada pelo Ministério da Agricultura, conforme matéria publicada na edição de hoje do Diário Rural, revela que o faturamento da pecuária a lavoura teve redução de 30% em relação ao período do ano passado.
A estimativa do VBP para o ano é de R$ 4,5 bilhões, uma redução de mais de 30% em relação ao período de 2013, que foi de R$ 6,018 bilhões. A maior queda foi registrada na pecuária. Em 2013, o VBP fechou o ano com R$ 4,1 bilhões. Para esse ano, a projeção foi de R$ 3,7 bilhões. Na Região Norte, o maior crescimento do faturamento foi no Estado do Para R$ 6,8 bilhões. O Acre também surpreendeu ao registrar um incremento de mais de R$ 100 milhões.
Ao que tudo indica, essa queda na produção revelada pelo Mapa pode ter ligação forte com a enchente histórica no rio Madeira, em Porto Velho, responsável pelo prejuízo de mais de R$ 2 bilhões na economia do Estado. A cheia inviabilizou a economia de Rondônia. Durante o período mais crítico da enchente no rio Madeira, frigoríficos deixaram de abater o gado e parte do rebanho ficou isolado no pasto. Sem transporte, não tem com levar o gado para os frigoríficos.
A conclusão das obras no complexo hidrelétrico (usinas de Jirau e Santo Antônio) do rio Madeira também refletiu nas projeções de crescimento este ano. Com a transferência natural de mais de 20 mil operários para o empreendimento de Belo Monte, no Pará, Porto Velho sofreu outra queda no consumo de produtos da lavoura.
O fraco desempenho na pecuária e lavoura podem estar relacionados também a queda do PIB do Estado, conforme pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as capitais brasileira, a capital rondoniense registrou queda de 0,23 para 0,22. As projeções para o próximo ano não são nada animadoras. A possibilidade de uma nova cheia no rio Madeira pode complicar ainda mais o cenário.

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