21 de janeiro de 2015

Editorial: Apagão ou desligamento?

Um dia após metade do país ficar sem energia elétrica, o diretor do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, disse à imprensa nacional que não houve apagão, mas sim um “desligamento preventivo de carga”. Além de Rondônia, a falta de energia atingiu mais dez Estados, em pleno horário de pico da indústria, causando inclusive prejuízos na cidade de São Paulo, onde se concentra a maior quantidade de indústria.
Se foi desligamento, é sinal que o sistema é falho e precisa com uma certa urgência de reparo por parte dos responsáveis. O momento requer um replanejamento no sistema elétrico brasileiro. Se a falta de energia foi apagão, precisa descobrir a origem do problema. A única certeza nesse momento é que o sistema de energia elétrica, apesar de todo o investimento do Governo Federal na construção de usinas na Amazônia nos últimos 12 anos, ainda apresenta problemas e pode se tornar uma grande dor de cabeça à presidente Dilma Rousseff (PT) no seu segundo mandato.
Pelo que se desenha no atual cenário, as previsões não são nada animadoras para o Brasil neste ano. Apesar da baixa projeção de crescimento da indústria, o País vai precisar sim de mais energia limpa para atender à grande demanda da indústria. Os reservatórios na Amazônia, principalmente em Rondônia onde estão localizadas as usinas de Jirau e Santo Antônio, na região de Porto Velho, tem água suficiente para gerar energia. Mas essa abundância pode não ser a solução da indústria e o do Brasil. É preciso ter um sistema de transmissão de energia confiável e seguro.
Empresários estrangeiros têm interesse em investir no Brasil, mas a falta de energia faz afastar essa pretensão. O governo deve sim priorizar medidas que visam amenizar o impacto da indústria com esse apagão ocasionado na última segunda-feira. Não existe uma voz no governo falando em cobrir os prejuízos e não se tem uma explicação sobre o que de fato pode ter acontecido no momento em que a indústria brasileira alcançou pico de produção. O sistema elétrico precisa de um plano alternativo urgente. A indústria agradece.

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