O Porto da Cargil foi fechado por conta da cheia |
A
cheia no rio Madeira começa a mudar o rumo da economia de Rondônia.
Por conta do volume de água que atinge o rio, várias propriedades
rurais localizadas nos municípios de Nova Mamoré e Porto Velho
foram tomadas pela enchente. Frigoríficos localizados na região da
Ponta do Abunã, divisa de Rondônia com o Acre, suspenderam o abate
de boi na semana passada.
Pecuaristas
estão isolados em suas propriedades rurais. O transporte de gado
nesse período é bastante complicado por conta também do inverno
amazônico. A BR-364, no trecho Porto Velho-Rio Branco, está
intransitável e a Polícia Rodoviária Federal, decidiu proibir o
trânsito de carretas por conta do volume de água (78 cm) acima do
nível da BR. Sem estradas, não existe como escoar a produção
agrícola. Ainda nesse cenário de muita água, não tem como vender
o gado. Com isso, o dinheiro não circula e os municípios vão
perdendo receita.
Apesar
de não haver registro de mortes em decorrentes da enchente em Porto
Velho e Nova Mamoré, o nível do rio Madeira sobe por dia 8 cm, o
que significa muito para os especialistas sobre o assunto. Para não
deixar a população desabastecida com combustível, caminhoneiros
resolveram optar por uma via alternativa passando pela região de
União Bandeirantes. Em decorrência do grande fluxo de carretas, a
viagem se tornou bastante arriscada e uma fila de mais de 50 carretas
se formou nessa linha alternativa.
Nova Mamoré e Porto Velho são cidades estratégicas na pecuária e produção de leite. O município de Porto Velho, segundo revelou o último IBGE, está no ranking do sexto maior PIB agrícola do Brasil, título esse que pode ficar ameaçado em consequência da intensa cheia histórica.
A área territorial de Porto Velho é maior que o Estado de Alagoas. A população ribeirinha também tem participação importante no PIB Agrícola, principalmente na produção de milho, mandioca, melancia, banana e maracujá. A ajuda de R$ 600 mil, anunciada na terça-feira pelo Ministério da Integração, não vai mudar o cenário nebuloso da nossa economia.