5 de janeiro de 2017

Crise na segurança avança na região Norte

A crise do sistema penitenciário brasileiro ganhou triste capítulo no início do ano. O massacre que deixou 56 pessoas mortas no município de Manaus, no Amazonas, é o segundo maior massacre em presídios brasileiros, perdendo apenas para o ocorrido no Carandiru, em 1992.  Os atos de violência ganharam as redes sociais e chamaram a atenção da imprensa internacional. 
O caso ocorrido no Estado vizinho coloca em alerta a insegurança nos presídios da Região Norte. No ano passado, em Porto Velho, duas facções entraram em confronto e acabaram destruindo parte do presídio Ênio Pinheiro. O resultado do confronto foi trágico. Oito presos morreram asfixiados por fumaça, ocasionada em decorrência de um grande incêndio que destruiu uma ala do complexo. 
No município de Palmas, no Tocantis, presos atearam fogo em 30 colchões e provocaram um incêndio na Casa de Prisão Provisória  (CPP). O fogo foi registrado no corredor do pavilhão B, segundo a Secretaria de Cidadania e Justiça. Bombeiros foram chamados para fazer o combate. 
Na cidade de Rio Branco, no Acre, a situação só não foi mais trágica por um grande milagre. Presos dos pavilhões J, L e K do Complexo Penitenciário Francisco D’Oliveira Conde, se rebelaram e, quatro presos morreram e 19 ficaram feridos. Um dos presos chegou a ser encaminhado para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco, mas não resistiu. O governo confirmou ainda a prisão de dois agentes penitenciários, suspeitos de fornecer armas aos detentos.
No Amazonas, boa parte dos mortos era integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), rival da Família do Norte (FDN), grupo ligado à facção Comando Vermelho e do qual a maioria dos presos no Compaj fazia parte. O que chama atenção das autoridades é a facilidade na comunicação dos presos com os demais detentos da região. Em todas as rebeliões, se percebe um bom elo entre os detentos e essa falha no sistema prisional precisa ser investigada e combatida. 
É de conhecimento nacional que todas as cadeias estão superlotadas e mesmo com a abertura de novas vagas no sistema prisional brasileiro fica difícil atender à demanda. Diariamente centenas de pessoas ingressam nos presídios e dificilmente será possível recuperar um infrator para devolvê-lo à sociedade. 

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