Os prefeitos que assumiram no último domingo terão uma grande responsabilidade nos próximos anos de retribuir uma parte da confiança depositada pela população, hoje desacreditada após o desfecho do impeachment da ex-presidente Dilma Roussff (PT) e as promessas do atual presidente Michel Temer (PMDB). Os Novos gestores precisarão mostrar o diferencial no âmbito da gestão pública e cumprir o que prometeram durante a campanha eleitoral.
A população foi às urnas no último dia 2 de outubro e elegeu políticos desconhecidos em suas bases eleitorais. Um exemplo bem claro foi a eleição de prefeito dos empresários Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho) e João Gonçalves (PSDB-Jaru) e do delegado Tiago Flores (PMDB-Ariquemes). Esses políticos nunca disputaram eleição, mas sempre estavam ligados com as demandas da sociedade.
Outro fenômeno das urnas aconteceu na cidade de Belo Horizonte, terra onde existia uma longa rivalidade entre PT e PSDB. Foi eleito na capital mineira o desconhecido Alexandre Kalil (PHS). O mesmo aconteceu nos Estados Unidos com a eleição do republicano Donald Trump, que derrotou a união política entre Barack Obama e Hillary Clinton.
Na reta final de mandato, a população acompanhou de Norte a Sul do Brasil a prisão de prefeitos e vereadores acusados de participação no esquema de desvio de recursos públicos. Em Rondônia, foram afastados e presos José Rover (PP-Vilhena) e Fábio Patrício (PMDB-Cujubim). Na cidade de Buritis, a população acompanhou de perto a sessão que resultou no afastamento de Antônio Correia, o popular Toninho (PMDB) e mais da metade da Câmara de Vereadores. Toninho veio da iniciativa privada e a população chegou a depositar total confiança no seu mandato. Foi um fracasso.
O histórico de prefeitos e vereadores envolvidos com corrupção não é dos melhores em Rondônia e os órgãos de fiscalização estão bem atentos. O Tribunal de Contas do Estado tem sido um importante parceiro dos municípios, embora muitos ainda reclamam do exagero na rigidez nos processos licitatórios.
Ainda é bastante comum em Rondônia prefeitos honrarem compromisso de campanha e nomear para ocupar cargos estratégicos pessoas que não têm o mínimo conhecimento em administração pública. O problema maior ocorre nos setores de licitação, onde tudo começa na administração. Todos os anos, os conselheiros orientam prefeitos e presidentes de câmaras sobre o tema, mas parecem que muitos se fazem de esquecidos. O resultado desse esquecimento atinge diretamente o gestor público culminando com o afastamento e até prisão. Todos que assumiram no domingo terão que mostrar o diferencial. O recado das urnas foi bastante claro.
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