A demissão em massa de mais de 40 pais de família no município de Guajará-Mirim era esperada. Grandes empresas do ramo do transporte de produtos começaram a sentir na pele os reflexos do fechamento na fronteira, que hoje completa vinte dias sem qualquer esperança de reabertura.
Os trabalhos foram suspensos em decorrência da Resolução 1274, da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), que não permite mais o transporte de cargas através de “rabetas” – embarcações de pequeno porte”, provocando o fechamento do porto. Os prejuízos com o porto fechado já somam mais de R$ 30 milhões com as exportações e empresas já contabilizam perdas de receita, segundo informou a Associação Comercial de Guajará-Mirim.
O comércio de Guajará-Mirim não estava preparado para essa mudança e faltou uma articulação política melhor para colocar as regras em prática. Agora, o governo do Estado busca uma solução para o caso, mas o processo é lento e requer bastante habilidade política entre os dois países para tratar do assunto em uma mesa de negociação.
Enquanto não há solução para o problema, o caos se instala na cidade com o aumento do desemprego e falta de oportunidade de dias melhores na região. A cidade, que já foi impactada em 2014 com a cheia dos rios, sofre agora uma das piores crises com poder de força de desestimular o comércio da região.
Os produtos estão estocados nos armazéns e quando não há venda, não existe lucro e o resultado é demitir. Mas como demitir se empresários enfrentam a falta de dinheiro até mesmo para pagar essas demissões? A situação não é nada boa para o comércio de Guajará e as autoridades precisam unir forças aos empresários em busca de uma saída rápida para o problema.
O município de Guajará-Mirim não merece enorme sofrimento por conta de um acordo firmado entre Brasil e Bolívia. Pais de família estão perdendo emprego e contribuindo para o aumento da superpopulação desempregada, que hoje já passa de 13 milhões no Brasil. O bom senso deve, mais do que nunca, prevalecer nesse momento e a população precisa mais do que nunca do apoio da bancada federal para buscar uma saída bem rápida para o problema. Os empresários não vão aguentar por muito tempo essa situação e grandes empresas não descartam a possibilidade de encerrarem as atividades em um dos municípios mais importante do estado de Rondônia.
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