O projeto de ampliação da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), precisa ser aprovado até o início do segundo semestre para não se tornar inviável. A advertência foi feita ontem pelo presidente da concessionária Santo Antônio Energia, Eduardo de Melo Pinto, em tom de apelo à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O plano de expansão prevê seis turbinas adicionais e a geração complementar de 207 megawatts (MW) médios. Pelo projeto original, a usina teria 44 turbinas e uma garantia física de 2.218 MW médios.
Melo Pinto afirmou que precisa obter o aval da Aneel "até meados do ano ou princípio do segundo semestre" para não prejudicar o cronograma de construção da usina. Esse limite existe, segundo o executivo, porque a concessionária terá que fazer o dimensionamento da casa de força que abrigaria as turbinas adicionais. "Depois, fica inviável (fazer a ampliação)", observou.
Para viabilizar a mudança, é preciso elevar a cota (altura) máxima dos reservatórios, dos atuais 70,5 metros para 71,3 metros. A Aneel havia prometido deliberar sobre o assunto no ano passado, mas não tomou nenhuma decisão. Melo Pinto disse que o impacto ambiental é "muito pequeno" e defendeu a ampliação como "aproveitamento ótimo" dos recursos hídricos do Madeira.
A Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária da usina de Jirau, é contra o projeto e aponta risco de danos socioambientais maiores do que os informados pela administradora de Santo Antônio. A ESBR diz que há a possibilidade de inundação de áreas importantes e isso requer a realização de estudos mais aprofundados. Jirau já conseguiu, na Aneel, a ampliação de 209 MW médios. Se houver a alteração da cota, no entanto, perde a oportunidade de expandir sua garantia física em mais 57 MW médios.
A Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária da usina de Jirau, é contra o projeto e aponta risco de danos socioambientais maiores do que os informados pela administradora de Santo Antônio. A ESBR diz que há a possibilidade de inundação de áreas importantes e isso requer a realização de estudos mais aprofundados. Jirau já conseguiu, na Aneel, a ampliação de 209 MW médios. Se houver a alteração da cota, no entanto, perde a oportunidade de expandir sua garantia física em mais 57 MW médios.
A intenção da Santo Antônio Energia é chegar ao fim deste ano com 24 turbinas em funcionamento. Atualmente, onze máquinas estão operando, com 783 MW de capacidade instalada, o suficiente para abastecer cerca de três milhões de residências.
De acordo com o executivo, 82% das obras já foram concluídas. A previsão é que todas as 44 turbinas previstas no projeto original, alcançando capacidade de 3.150 MW, fiquem prontas em novembro de 2015. O investimento total na usina será de R$ 16 bilhões. Se a ampliação for autorizada pela Aneel, haverá investimento de mais R$ 1,2 bilhão.
Melo Pinto estima para maio a entrada em funcionamento da linha de transmissão entre Porto Velho (RO) e a Araraquara (SP), que escoará a energia das duas usinas do Madeira para as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Por enquanto, tem sido usado um "arranjo provisório", com uma subestação coletora em Rondônia que permite escoar a eletricidade de até 14 turbinas. "Não tem havido desperdício de energia", disse. Como Jirau ainda não entrou em operação, esse arranjo tem sido suficiente até agora.
Furnas tem 39% da Santo Antônio Energia, seguida pelos 20% do fundo de participações Caixa FIP Amazônia Energia, 18,6% da Odebrecht Energia, 12,4% da Andrade Gutierrez e 10% da Cemig. (Valor Econômico)
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