24 de março de 2015

Artigo - A crise na indústria

A greve dos caminhoneiros ainda respinga profundamente no calo da indústria brasileira e as empresas que fabricam caminhões passam nesse momento por uma crise ao ponto de incentivar demissões voluntárias. Para se ter uma ideia do momento econômico brasileiro, empresas que vendiam por mês algo em torno de 100 caminhões/mês, conseguiram comercializar este ano em Rondônia algo próximo de 30 veículos. Seguindo nesse caminho, é possível ter uma noção inicial do cenário econômico!
Na sexta-feira passada, a Confederação Nacional da Indústria, (CNI), divulgou um balanço da indústria. De acordo com a pesquisa, a indústria se retraiu no mês de fevereiro e acumula estoques indesejados. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado alcançou 51,8 pontos no mês passado. O problema é maior, conforme a sondagem, nas grandes empresas, em que o indicador subiu para 55,3 pontos.
A sondagem da CNI mostra ainda que, de bem ampla, as expectativas dos empresários pioraram em relação a março. Os indicadores de expectativa para os próximos seis meses sobre a demanda, as compras de matérias-primas e de número de empregados ficaram abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo.
A CNI, ainda no ano passado, produziu e entregou um documento à presidente Dilma Rousseff (PT) sobre o cenário da indústria, as demandas e propostas permitindo o Brasil retornar ao crescimento. O documento foi entregue durante encontro realizado pela confederação com os candidatos a presidente da República, nas eleições passadas. Com credibilidade perante o empresariado, a CNI tem de fato a solução rápida para a crise no setor, mas suas propostas precisam ser discutidas com a equipe econômica do Palácio do Planalto.
Quem comprou veículo no ano passado não conseguiu manter o pagamento em dia das parcelas do financiamento e o banco passou a cobrar juros em função do atraso. Com o reajuste no preço do combustível, a situação só fez aprofundar ainda mais a vida de quem transporta de Norte a Sul a economia do Brasil. O resultado era de se esperar. A indústria não conseguiu avançar na venda de novos caminhões e os pátios das montadoras estão superlotados de veículos. Trata-se de um efeito dominó.

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