Aprovado
na semana passada pela Câmara Federal, o “bolsa esposa”, -
benefício concedido aos parlamentares ao uso de passagens aéreas de
cota de atividades parlamentar para o transporte de cônjuges –
enfrenta uma enorme resistência no parlamento. A partir deste mês,
com a aprovação das mudanças, os congressistas poderão trazer
suas esposas durante o período em que tiver sessão deliberativa.
Um
movimento contra o benefício nasceu na semana passada e ganhou força
ontem. Encabeçado pelo PSDB, PPS, PSOL, a mobilização conta agora
com todo o apoio do PT, partido que ficou de fora da composição da
Mesa Diretora. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao
tentar justificar na imprensa o “bolsa esposa”, disse que existem
muitos parlamentares idosos e enfrentam problemas de locomoção.
Ao
que parece, a justifica do parlamentar não encontra apoio dentro do
parlamento capaz de mudar a opinião e pode servir para desgastar
ainda mais a imagem da Câmara Federal junto à opinião pública. No
Congresso Nacional, terça, quarta e quinta-feira pela manhã são
considerados os dias de maior movimento. É justamente nesses dias
que acontecem as sessões deliberativas, onde são votadas matérias
de interesse da sociedade. Muitas das vezes, as sessões plenárias
entram pela madrugada. Como que os parlamentares terão tempo em dias
de pico para suas esposas?
Por
outro lado, muitos parlamentares costumam deixar Brasília no início
da tarde de quinta-feira – no máximo na sexta-feira. Muitos
costumam passar o fim de semana com as esposas em suas bases
eleitorais. Talvez não seja um momento oportuno persistir com essa
proposta. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, agiu corretamente
quando afirmou na imprensa que a proposta pode ser revista por um ato
da própria Mesa Diretora.
O
Supremo Tribunal Federal (STF) já deu o recado ao analisar um pedido
que tinha finalidade de derrubar o benefício. O ministro Teori
Zavascki negou a solicitação e requereu cópia do ato da Mesa. Se a
proposta for para ser discutida por um colegiado de ministro, levará
um bom tempo. Até lá, a Câmara já estará em outra legislatura. A
caneta está agora com o Eduardo Cunha.
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