O mês de abril será de bastante reflexão por parte dos gestores públicos, sociedade e o Congresso Nacional, quando se comemora, no dia 19, Dia do Índio. A saúde dos índios está na UTI e corre o risco de morte se não houver mudança profunda na assistência a essa pequena população que ainda tenta sobreviver das migalhas oferecidas pelo Governo Federal.
Os cortes de mais de R$ 23 bilhões no Orçamento Geral da União 2016, anunciados no mês passado pelo Ministério da Fazenda, vão impactar diretamente no pífio orçamento do Ministério da Saúde destinado exclusivamente para atender à demanda dos povos indígenas.
No Amazonas, os índios ainda sofrem com a falta de assistência médica, principalmente depois que a população esteve mobilizada e ateou fogo na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Humaitá, município distante 200 quilômetros de Porto Velho.
A revolta contra os índios aconteceu em função da morte de três pessoas que transitavam pela Transamazônica. Revoltados, além de atear fogo no prédio da Funai, os moradores do município amazonense também destruíram veículos que faziam atendimentos aos indígenas e e queimaram o barco que transportava alimentos e medicamentos aos índios da região. Um prejuízo de mais de R$ 3 milhões.
No ano passado, uma caravana coordenada pelo Ministério Público Federal (MPF) mobilizou o ingresso do Poder Público na aldeia dos índios Cinta-Larga, na região de Espigão do Oeste.
A reserva indígena Cinta-Larga foi palco de um conflito envolvendo índios e garimpeiros e resultou na morte de 29 garimpeiros. Até hoje os índios estão desacreditados de dias melhores. Eles esperam uma ação efetiva. Enquanto o socorro não chega, a garimpagem segue sem problemas.
Para tentar sobreviver, os índios buscam alternativas. Muitas das vezes, são aliciados por madeireiros e garimpeiros. Como o poder público não está presente, eles acabam recebendo ajuda de pessoas que não têm compromisso com a cultura dos povos indígenas.
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