Os responsáveis pelos empreendimentos das usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, podem até negar, mas o jornal “O Globo” revelou com exclusivamente relatório mostrando que 4 trabalhadores perderam a vida durante o trabalho nas obras em 2010. Somente este ano, afirmou o chefe da superintendência do trabalho em Rondônia, Juscelino José dos Santos, foram 2 duas mortes. "Foram seis mortes em menos de um ano", disse.
As obras de Jirau e Santo Antônio fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao todo, segundo o jornal 40 trabalhadores já morreram em 21 grandes obras do PAC. Ainda em Rondônia, duas pessoas morreram nas obras da BR 364.
De acordo com balanço do jornal carioca, somente em 2010, a "taxa de mortalidade" nas 21 obras alcançou 19,79 por 100 mil trabalhadores, considerada "altíssima" pelo consultor da OIT no Brasil, Zuher Handa. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Safady Simão, admite que "as obras estão em ritmo muito acelerado, e as companhias não estão treinando pessoal".
Veja a seguir a relação dos trabalhadores que morreram e o motivo:
Valter Sousa Rosa – morto eletrocutado em maio de 2010, na obra de Jirau, no Rio Madeira.
Renam – morto em afogamento no Rio Madeira, próximo a obra de Santo Antônio.
Francisco da Silva Melo – esmagado nas engrenagens de um britador no canteiro da usina de Jirau, em 25 de julho de 2010.
João Edcarlos Sá de Jesus – Esmagado pela máquina lançadora de concreto nas obras da Usina Santo Antônio, no Rio Madeira.
Erivaldo dos Santos Pinho – esmagado por um elevador que se desprendeu de uma usina de asfalto na BR – 364, em 31 de dezembro de 2010.
Niosvaldo Santos Silva – morto em 23 de maio de 2010, nas obras da BR 364.
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho de Rondônia, Francisco Cruz, diz que a produção vem antes da preocupação com a saúde e a segurança do trabalhador. Ele é autor de ação civil pública e de inquéritos contra as usinas de Rondônia.
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