O Brasil recebeu com muita tristeza no início da noite de quarta-feira o resultado auditado anual da Petrobras e a população conseguiu ter uma dimensão do efeito devastador perante a sociedade de uma praga chamada corrupção. Encaminhado pela assessoria de imprensa da estatal, o balanço chegou na redação do Diário exatamente às 18h35, minutos após o fechamento do mercado financeiro.
Segundo o release encaminhado à redação, a Petrobras apresentou prejuízo de R$ 21,6 bilhões no ano de 2014, em função, principalmente, da perda por desvalorização de ativos - impairment (R$ 44,6 bilhões), da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no âmbito da Operação Lava Jato (R$ 6,2 bilhões), do provisionamento de perdas com recebíveis do setor elétrico (R$ 4,5 bilhões), das baixas dos valores relacionados à construção das refinarias Premium I e II (R$ 2,8 bilhões) e do provisionamento do Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário-PIDV (R$ 2,4 bilhões).
Não se tem dúvida que essa conta ocasionada com os desvios de recursos da Petrobras já está sendo paga pela população. A partir do momento que é autorizado o reajuste no preço dos combustíveis, o contribuinte já começa a pagar pelo desvio de recursos na estatal. Além de um problema interno provocado com resultado auditado, a empresa tem agora de enfrentar pela frente o mercado internacional. Não há como esconder. A empresa está com a imagem manchada perante a economia mundial e terá muito trabalho para voltar a se tornar uma empresa forte.
O dinheiro desviado na Petrobras seria suficiente para amenizar alguns problemas na área da educação. O valor desviado, conforme contabilizou a Operação Lava Jato, chega bem próximo do orçamento anual de Rondônia aprovado pela Assembleia Legislativa no ano passado. O ex-diretor da empresa, Paulo Roberto Costa, foi condenado pela Justiça e terá de devolver R$ 18 milhões aos cofres da estatal. Será? O prejuízo maior na Petrobras é a repercussão negativa do Brasil e a imagem produzida no mercado internacional e financeiro. Essas condenações estabelecidas no âmbito do Judiciário e a determinação de indenizar a Petrobras pelos prejuízos podem não ser suficientes no resgate da credibilidade da empresa no mercado.
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