Se não for tesourado do Orçamento Geral da União em 2017, o anúncio da construção do Linhão ligando Porto Velho-Manaus, vai permitir energia de qualidade e limpa à população amazonense. Hoje a energia que abastece a capital amazonense e toda a Zona Franca de Manaus é gerada por meio de grupo gerador. O anúncio do projeto foi feito na última sexta-feira pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, durante reunião em Manaus.
Trata-se de uma obra de vital importância no desenvolvimento das duas regiões e, não há dúvida que permitirá a geração de milhares de empregos e indiretos. Resta saber se Organizações Não-Governamentais (ONGs) estarão de acordo, uma vez que para consolidar o projeto serão necessários mais de 800 quilômetros de linhão no meio da floresta.
Pela explanação do ministro em Manaus, o principal projeto na região Norte terá investimento de aproximadamente R$ 3 bilhões, e prevê ainda implantação de subestações seccionadoras. A geração de energia em Manaus receberá ainda mais R$ 400 milhões, de um total de R$ 1,1 bilhão, da implantação da térmica Mauá III, que inicia operação em 2016.
O pólo industrial tem puxado a economia do Amazonas e a atual oferta de energia não tem sido suficiente no atendimento da demanda de produção energética. O surgimento de novas indústrias no Amazonas requer energia limpa, mas a construção de um linhão pode levar algum tempo e vai requer algumas autorizações por parte do Ministério do Meio Ambiente.
Rondônia tem se tornado um dos grandes produtores de energia e hoje mais da metade da produção energia gerada pelo Complexo do Rio Madeira (Santo Antônio e Jirau) atende à demanda dos Estados da região Sudeste. A construção do Linhão, ao que parece, coloca em discussão a necessidade do aumento de produção na Zona Franca de Manaus, cujo os incentivos fiscais concedidos pelo governo foram prorrogados até 2073.
A construção das usinas do rio Madeira teve uma disputa marcada por embates entre os órgãos de fiscalização do próprio Governo Federal. A então ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, demonstrou por diversas vezes ser contrária à forma como estava sendo executado o empreendimento e seu posicionamento gerou sua saída do comando do Ministério. A batalha pela construção de um novo linhão na Amazônia está apenas começando.
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