Roberto Sobrinho: de olho no Senado e Governo |
Porto Velho, Rondônia - O
PT perdeu o comando da prefeitura de Porto Velho, mas a partir de
janeiro vai administrar os municípios de Guajará-Mirim, Jaru, Costa
Marques, Presidente Médici, São Miguel e Cacoal. A legenda
garantiu ainda nas eleições do dia 7 de outubro uma vaga de
deputado na Assembleia Legislativa e outra na Câmara Federal. Na
Câmara de Vereadores, o partido manteve o número de eleitos e fez
mais de 40 mil votos de legenda. No entanto a sigla precisa reavaliar
sua estratégias para as eleições de 2014.
A
análise foi feita pelo prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho
(PT), que no dia 1º de janeiro passará o comando do município ao
prefeito eleito Mauro Nazif (PSB) e ao vice-prefeito eleito Dalton di
Franco (PDT). “Nossa maior perda foi Porto Velho. Não por conta
da administração. A população aprovou a nossa administração,
segundo apontou pesquisa realizada pelo Ibope. Não houve uma
ligação do nosso trabalho à candidatura indicada pelo PT. A
população não conseguiu absolver esse link e isso precisa ser
melhor avaliado” justificou.
VEREADORES
ALIADOS
Em
Porto Velho, segundo Roberto Sobrinho, mais da metade dos vereadores
que faziam parte da base de sustentação do prefeito na Câmara,
foram reeleitos. “Os reeleitos eram alinhados com a nossa gestão.
O único não reeleito foi o DJ Moisés, do PV. Cito como exemplo o
vereador Marcelo Reis, líder do prefeito e que foi o mais votado nas
eleições. Quem estava próximo do prefeito foi reeleito”. Na
contabilidade de Sobrinho, a nominata de candidatos do PT à Câmara
de Porto Velho fez 42 mil votos. Já a candidata Fátima Cleide teve
29 mil votos. “Isso demonstra que a nossa gestão foi boa e a
população reconheceu o nosso trabalho”.
VIADUTOS
O
prefeito disse que apesar de estar caminhando para o último mês do
seu segundo mandato, o trabalho segue de forma planejada. “Ao longo
dos últimos anos, buscamos projetos em Brasília e muitos deles
serão concluídos na gestão do próximo prefeito”. Ele citou como
exemplo a construção dos viadutos no Trevo do Roque e da avenida
Jaturana com a BR-364, na zona Sul da cidade. “Essa obra do viaduto
não é projeto para um ano. É obra para três anos”, argumentou.
O
petista garante que os recursos para a conclusão dos viadutos estão
assegurados. “O próximo prefeito não vai precisar correr atrás
dos recursos. Não adianta criticar uma obra que tem dinheiro em
caixa para sua conclusão. Tivemos problemas não por culpa da
prefeitura ou do governo Federal. A empresa responsável pelo início
da obra quebrou. Isso não aconteceu somente em Porto Velho. Foi um
problema enfrentado por outras cidades por conta da falência da
empresa. Eu não poderia prevê que a empresa no meio do caminho
fosse abandonar a obra. Agora está mais fácil. O asfalto chegou e a
obra está bem adiantada. A empresa Eletrobras já retirou os postes
no perímetro da BR. Agora está tudo mais fácil. Essa obra será
concluída na próxima gestão”, completou o prefeito.
PAI
DOS VIADUTOS
Sobrinho
afirma que foi graças a sua atuação com governo Federal que
conseguiu incluir a construção dos viadutos no Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), programa federal. “Faltava o
projeto e conseguimos correr contra o tempo. Caso contrário, Porto
Velho perderia o dinheiro.
Quanto
à proposta apresentadas por candidatos durante a eleição, sobre a
possibilidade de o 5º BEC tocar as obras, o prefeito foi enfático.
“O BEC não tem pessoal suficiente para tocar uma obra desse porte.
A prefeitura já chamou o BEC para tocar algumas obras, mas esse
convite não deu certo. Hoje o Batalhão não tem condições
operacionais para tocar empreendimentos dessa natureza. Por outro
lado, não podemos lotear as obras e convidar o empresariado para
tocar. Temos a Lei Federal 8.666 que não permite. E isso coloca em
risco o mandato do gestor. Existe edital para esse tipo de obra”.
ORÇAMENTO
DE R$ 1 BI
Ao
assumir a prefeitura em 2005, o prefeito lembra o orçamento anual
era de R$ 250 milhões. Seis anos depois, o orçamento apresentou
crescimento e para 2013 a previsão de receita está fixada em R$
1,39 bilhão.
Ele
atribuiu o crescimento das finanças do município à construção
das usinas do rio Madeira e obras de infraestrutura da cidade. “Hoje
vivemos um momento difícil em decorrência da crise internacional
que afeta o Brasil. A queda no Fundo de Participação dos Municípios
causou este ano prejuízo de R$ 30 milhões aos cofres da prefeitura.
Isso é decorrência da prorrogação do IPI”.
Por
outro lado, explica o prefeito, a arrecadação do município se
manteve equilibrada com outros impostos, como o ISS. “O impacto
provocado pelo FPM não atingiu de forma drástica as finanças do
município em função do ISS, mas estamos chegando a nosso limite”.
NOTA
ELETRÔNICA
Na
reta final de seu mandato, Roberto afirma que poderia abrir mão de
muitos projetos, mas garante que vai cumprir com a responsabilidade
de gestor até o último dia de seu mandato. “Dentro de alguns dias
estaremos lançando a nota fiscal eletrônica. É uma forma de
aumentar a arrecadação do município para os próximos anos. A nota
fiscal eletrônica é uma forma de combater a sonegação fiscal”.
Através
de um convênio com o BNDES, explicou o prefeito, “estamos
modernizando a máquina administrativa da prefeitura. Saberemos
quantas pessoas não pagam IPTU e deixam de recolher tributos aos
cofres do município. Esse sistema já funciona em outras prefeituras
do Brasil e apresentou bons resultados.” Ele entende que esse
instrumento dará poder para aumentar a arrecadação do município
nos próximos anos e tornar a máquina mais eficiente.
R$
80 MILHÕE EM CAIXA
O
próximo gestor de Porto Velho terá em caixa recursos da ordem de R$
80 milhões. Parte do dinheiro, segundo o petista, poderá ser
utilizado para investimentos em canais e córregos. “Os recursos
estão disponíveis em caixa. O prefeito eleito Mauro Nazif não terá
problemas para combater alagações a partir de janeiro”.
Ele
se recorda que ao assumir o comando do município não existiam
projetos. O único projeto existente era o Beira Rio, que na época
contava com R$ 1,8 milhão na conta da prefeitura. “Falavam em R$
40 milhões, mas esse valor era oriundo de emenda de bancada ao
orçamento da União. Hoje a realidade é outra. O Mauro terá muita
obra a ser inaugurada”.
TRÂNSITO
Apesar
de reconhecer os problemas no trânsito, Roberto Sobrinho garante que
várias medidas foram tomadas para amenizar os problemas. Citou como
exemplo a abertura das avenidas Pinheiro Machado e Sete de Setembro
para facilitar o trânsito de motoristas que se deslocam sentido
centro bairro.
Ele
anunciou que a prefeitura está executando o serviço de pavimentação
da rua Duque de Caxias, que vai facilitar o escoamento de veículos
na avenida Carlos Gomes, sentido bairro centro. “Quem vem sentido
Hospital de Base, não precisará utilizar a Carlos Gomes para ir ao
centro. Bastará entrar na Duque de Caxias, quando essa via estiver
pronta. O maquinário já está no local e a via recebe agora
sinalização”, explicou.
No
entanto, ele admite que outras medidas devem ser tomadas para
melhorar o fluxo de veículos na avenida Jorge Teixeira. “O próximo
prefeito já deve pensar na construção de viadutos no cruzamento
das avenidas Calama com Jorge Teixeira e na Carlos Gomes. Está
comprovado que nessas vias sinalizadas existem os maiores índices de
acidentes. Vou entregar um plano viário, que vai atuar na questão
do trânsito”.
SERVIDORES
Para
Sobrinho, não precisa o futuro prefeito fazer um plano de cargos,
carreira e salário para servidores. “Tem um plano aprovado e
acordado com os servidores. O que precisa agora é administrar a
capacidade de salário. Em dezembro de 2004, logo após eu assumir,
um salário de médico era de R$ 2.600 e agora está em R$ 8.900.
Avançamos como nunca em todas as áreas. O salário da prefeitura
chega a ser melhor que o do Estado, de acordo com a nossa
capacidade”.
ELEIÇÕES
2014
Por
fim, ele descartou a saída do PT e boatos de que assumiria uma
secretaria de Estado. E reafirmou que vai cumprir o final do seu
mandato de maneira correta e horando o voto que recebeu da população.
“Estou trabalhando da mesma maneira quando assumi meu mandato.
Tenho que honrar o voto que recebi. Retorno à minha atividade
profissional na Assembleia Legislativa e como professor”.
Sobrinho
reconhece que nas duas últimas eleições o PT sofreu várias perdas
e espaço político. “Perdemos o Senado e o Governo e agora a
prefeitura de Porto Velho. Estamos agora se recuperando por outros
caminhos, mas precisamos fazer uma reflexão do período de ascensão
e de perda
Quanto
ao futuro político para as eleições de 2014, Sobrinho disse que
apesar das perdas, será protagonista nas próximas eleições
estaduais. O PT, segundo ele, terá candidaturas ao Governo e Senado.
“O primeiro passo é fazer uma avaliação da nossa estratégia e
esperamos que essa estratégia seja melhor para eleições
futuras”.
(Redação)
(Redação)
Nenhum comentário:
Postar um comentário