12 de novembro de 2012

PT reavalia estratégia para eleições de 2014

Roberto Sobrinho: de olho no Senado e Governo 

Porto Velho, Rondônia - O PT perdeu o comando da prefeitura de Porto Velho, mas a partir de janeiro vai administrar os municípios de Guajará-Mirim, Jaru, Costa Marques, Presidente Médici, São Miguel e Cacoal. A legenda garantiu ainda nas eleições do dia 7 de outubro uma vaga de deputado na Assembleia Legislativa e outra na Câmara Federal. Na Câmara de Vereadores, o partido manteve o número de eleitos e fez mais de 40 mil votos de legenda. No entanto a sigla precisa reavaliar sua estratégias para as eleições de 2014.
A análise foi feita pelo prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), que no dia 1º de janeiro passará o comando do município ao prefeito eleito Mauro Nazif (PSB) e ao vice-prefeito eleito Dalton di Franco (PDT). “Nossa maior perda foi Porto Velho. Não por conta da administração. A população aprovou a nossa administração, segundo apontou pesquisa realizada pelo Ibope. Não houve uma ligação do nosso trabalho à candidatura indicada pelo PT. A população não conseguiu absolver esse link e isso precisa ser melhor avaliado” justificou.

VEREADORES ALIADOS

Em Porto Velho, segundo Roberto Sobrinho, mais da metade dos vereadores que faziam parte da base de sustentação do prefeito na Câmara, foram reeleitos. “Os reeleitos eram alinhados com a nossa gestão. O único não reeleito foi o DJ Moisés, do PV. Cito como exemplo o vereador Marcelo Reis, líder do prefeito e que foi o mais votado nas eleições. Quem estava próximo do prefeito foi reeleito”. Na contabilidade de Sobrinho, a nominata de candidatos do PT à Câmara de Porto Velho fez 42 mil votos. Já a candidata Fátima Cleide teve 29 mil votos. “Isso demonstra que a nossa gestão foi boa e a população reconheceu o nosso trabalho”.
VIADUTOS

O prefeito disse que apesar de estar caminhando para o último mês do seu segundo mandato, o trabalho segue de forma planejada. “Ao longo dos últimos anos, buscamos projetos em Brasília e muitos deles serão concluídos na gestão do próximo prefeito”. Ele citou como exemplo a construção dos viadutos no Trevo do Roque e da avenida Jaturana com a BR-364, na zona Sul da cidade. “Essa obra do viaduto não é projeto para um ano. É obra para três anos”, argumentou.
O petista garante que os recursos para a conclusão dos viadutos estão assegurados. “O próximo prefeito não vai precisar correr atrás dos recursos. Não adianta criticar uma obra que tem dinheiro em caixa para sua conclusão. Tivemos problemas não por culpa da prefeitura ou do governo Federal. A empresa responsável pelo início da obra quebrou. Isso não aconteceu somente em Porto Velho. Foi um problema enfrentado por outras cidades por conta da falência da empresa. Eu não poderia prevê que a empresa no meio do caminho fosse abandonar a obra. Agora está mais fácil. O asfalto chegou e a obra está bem adiantada. A empresa Eletrobras já retirou os postes no perímetro da BR. Agora está tudo mais fácil. Essa obra será concluída na próxima gestão”, completou o prefeito.

PAI DOS VIADUTOS

Sobrinho afirma que foi graças a sua atuação com governo Federal que conseguiu incluir a construção dos viadutos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), programa federal. “Faltava o projeto e conseguimos correr contra o tempo. Caso contrário, Porto Velho perderia o dinheiro.
Quanto à proposta apresentadas por candidatos durante a eleição, sobre a possibilidade de o 5º BEC tocar as obras, o prefeito foi enfático. “O BEC não tem pessoal suficiente para tocar uma obra desse porte. A prefeitura já chamou o BEC para tocar algumas obras, mas esse convite não deu certo. Hoje o Batalhão não tem condições operacionais para tocar empreendimentos dessa natureza. Por outro lado, não podemos lotear as obras e convidar o empresariado para tocar. Temos a Lei Federal 8.666 que não permite. E isso coloca em risco o mandato do gestor. Existe edital para esse tipo de obra”.

ORÇAMENTO DE R$ 1 BI

Ao assumir a prefeitura em 2005, o prefeito lembra o orçamento anual era de R$ 250 milhões. Seis anos depois, o orçamento apresentou crescimento e para 2013 a previsão de receita está fixada em R$ 1,39 bilhão.
Ele atribuiu o crescimento das finanças do município à construção das usinas do rio Madeira e obras de infraestrutura da cidade. “Hoje vivemos um momento difícil em decorrência da crise internacional que afeta o Brasil. A queda no Fundo de Participação dos Municípios causou este ano prejuízo de R$ 30 milhões aos cofres da prefeitura. Isso é decorrência da prorrogação do IPI”.
Por outro lado, explica o prefeito, a arrecadação do município se manteve equilibrada com outros impostos, como o ISS. “O impacto provocado pelo FPM não atingiu de forma drástica as finanças do município em função do ISS, mas estamos chegando a nosso limite”.
NOTA ELETRÔNICA

Na reta final de seu mandato, Roberto afirma que poderia abrir mão de muitos projetos, mas garante que vai cumprir com a responsabilidade de gestor até o último dia de seu mandato. “Dentro de alguns dias estaremos lançando a nota fiscal eletrônica. É uma forma de aumentar a arrecadação do município para os próximos anos. A nota fiscal eletrônica é uma forma de combater a sonegação fiscal”.
Através de um convênio com o BNDES, explicou o prefeito, “estamos modernizando a máquina administrativa da prefeitura. Saberemos quantas pessoas não pagam IPTU e deixam de recolher tributos aos cofres do município. Esse sistema já funciona em outras prefeituras do Brasil e apresentou bons resultados.” Ele entende que esse instrumento dará poder para aumentar a arrecadação do município nos próximos anos e tornar a máquina mais eficiente.

R$ 80 MILHÕE EM CAIXA

O próximo gestor de Porto Velho terá em caixa recursos da ordem de R$ 80 milhões. Parte do dinheiro, segundo o petista, poderá ser utilizado para investimentos em canais e córregos. “Os recursos estão disponíveis em caixa. O prefeito eleito Mauro Nazif não terá problemas para combater alagações a partir de janeiro”.
Ele se recorda que ao assumir o comando do município não existiam projetos. O único projeto existente era o Beira Rio, que na época contava com R$ 1,8 milhão na conta da prefeitura. “Falavam em R$ 40 milhões, mas esse valor era oriundo de emenda de bancada ao orçamento da União. Hoje a realidade é outra. O Mauro terá muita obra a ser inaugurada”.

TRÂNSITO

Apesar de reconhecer os problemas no trânsito, Roberto Sobrinho garante que várias medidas foram tomadas para amenizar os problemas. Citou como exemplo a abertura das avenidas Pinheiro Machado e Sete de Setembro para facilitar o trânsito de motoristas que se deslocam sentido centro bairro.
Ele anunciou que a prefeitura está executando o serviço de pavimentação da rua Duque de Caxias, que vai facilitar o escoamento de veículos na avenida Carlos Gomes, sentido bairro centro. “Quem vem sentido Hospital de Base, não precisará utilizar a Carlos Gomes para ir ao centro. Bastará entrar na Duque de Caxias, quando essa via estiver pronta. O maquinário já está no local e a via recebe agora sinalização”, explicou.
No entanto, ele admite que outras medidas devem ser tomadas para melhorar o fluxo de veículos na avenida Jorge Teixeira. “O próximo prefeito já deve pensar na construção de viadutos no cruzamento das avenidas Calama com Jorge Teixeira e na Carlos Gomes. Está comprovado que nessas vias sinalizadas existem os maiores índices de acidentes. Vou entregar um plano viário, que vai atuar na questão do trânsito”.

SERVIDORES

Para Sobrinho, não precisa o futuro prefeito fazer um plano de cargos, carreira e salário para servidores. “Tem um plano aprovado e acordado com os servidores. O que precisa agora é administrar a capacidade de salário. Em dezembro de 2004, logo após eu assumir, um salário de médico era de R$ 2.600 e agora está em R$ 8.900. Avançamos como nunca em todas as áreas. O salário da prefeitura chega a ser melhor que o do Estado, de acordo com a nossa capacidade”.

ELEIÇÕES 2014

Por fim, ele descartou a saída do PT e boatos de que assumiria uma secretaria de Estado. E reafirmou que vai cumprir o final do seu mandato de maneira correta e horando o voto que recebeu da população. “Estou trabalhando da mesma maneira quando assumi meu mandato. Tenho que honrar o voto que recebi. Retorno à minha atividade profissional na Assembleia Legislativa e como professor”.
Sobrinho reconhece que nas duas últimas eleições o PT sofreu várias perdas e espaço político. “Perdemos o Senado e o Governo e agora a prefeitura de Porto Velho. Estamos agora se recuperando por outros caminhos, mas precisamos fazer uma reflexão do período de ascensão e de perda
Quanto ao futuro político para as eleições de 2014, Sobrinho disse que apesar das perdas, será protagonista nas próximas eleições estaduais. O PT, segundo ele, terá candidaturas ao Governo e Senado. “O primeiro passo é fazer uma avaliação da nossa estratégia e esperamos que essa estratégia seja melhor para eleições futuras”.
(Redação)

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