31 de março de 2014

Rondônia fora dos trilhos

O projeto de construção da ferrovia ligando Porto Velho a Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, descarrilou. O assunto foi destaque na edição do último domingo do jornal “Folha de São Paulo” e trouxe os bastidores de uma disputa interna entre empresas gigantes da soja e construtoras.

O assunto foi tema de uma reunião da Comissão de Infraestrutura da Câmara e Senado Federal, realizada ano passado hotel Aquárius, em Porto Velho. A comissão esteve na Capital e apontou o crescimento do volume de carretas que transitam pela BR-364 com destino ao Porto Graneleiro, em Porto Velho.
A construção da BR-163, ligando Mato Grosso ao Pará, parece ter sepultado a pretensão da Câmara Federal de colocar Rondônia nos trilhos. A obra está em plena fase de execução e as construtoras responsáveis pretendem duplicar trechos da rodovia. Essa estrada é vista como principal via alternativa no escoamento da produção de soja do Mato Grosso.

Atualmente parte da produção de soja segue com destino ao Porto de Santos, em São Paulo. Outra parte tem como rota o Porto de Porto Velho.

Segundo a reportagem da Folha, empresas que atuam no ramo da soja (Amaggi, Bunge, CargillI e Dreyfus) pediram autorização ao Ministério dos Transportes para executarem um estudo da construção de uma ferrovia no mesmo trecho.

Até o momento, o governo federal só tem aprovado no Tribunal de Contas da União (TCU), um trecho que liga o Mato Grosso a Goiás, para concessão. Os demais trechos apresentados não tem estudos em andamento e essa justificativa ficou bem clara na reunião do ano passado.

A construção da ferrovia ligando Lucas do Rio Verde, passando por Vilhena, Ji-Paraná e chegando em Porto Velho, proporcionaria um grande avanço na economia de Rondônia. Hoje, parte da soja que vem do Mato Grosso segue pela BR-364 com destino ao Porto Graneleiro. De lá, o produto segue até Itacoatiara (AM) e depois com destino ao mercado Europeu. A ferrovia ajudaria a reduzir o intenso tráfego de caminhões na BR-364, evitando mortes e acidentes, além de impulsionar a geração de empregos. 

29 de março de 2014

O vice de Confúcio Moura

Confúcio acena durante encontro. Foto: Fábio Souza
Fim do suspense. A decisão tomada neste sábado na cidade de Ji-Paraná pelo governador Confúcio Moura (PMDB), de disputar à reeleição nas eleições de outubro, permite agora aos partidos de oposição a construção imediata de um plano alternativo às próximas semanas. A indefinição de Confúcio incomodava a oposição e retardava a unificação de alianças. 
 
Com a pré-candidatura sacramentada, o segundo passo agora do PMDB é escolher a aliança e, posteriormente, a indicação do vice-governador na chapa. Nas eleições de 2010, Confúcio garantiu vitória no primeiro turno na aliança com PDT. No segundo turno, recebeu apoio do PT, PSDB e um punhado de partidos nanicos. Essa união de força permitiu uma vitória sobre o concorrente, o ex-governador João Cahulla (PPS). 
 
No bloco de oposição, está o PP, presidido no Estado pelo senador Ivo Cassol. A legenda já sinalizou que tem a pretensão de retomar o comando do estado e não esconde de ninguém que vai investir pesado. Três nomes no PP estão sendo massificados no interior do Estado. São eles: César Cassol, atual prefeito de Rolim de Moura, Ivone Cassol, esposa de Ivo, e o vice-presidente da Assembleia, deputado Maurão de Carvalho. Essa aliança tem o apoio do PV, PPS, PR e vários partidos nanicos.

Enquanto Confúcio confirmava a pretensão de disputar à reeleição, em Rolim de Moura, o PSDB preparava terreno no processo de construção de uma aliança com PSDC, PSD e 4 partidos. Encabeça essa chapa o ex-senador Expedito Júnior (PSDB), cassado pelo Senado por compra de votos. Seu pré-candidato a vice-governador na chapa foi definido. Trata-se do deputado estadual e ex-presidente da Assembleia, Neodi Carlos (PSDC). 
 
O PT, mesmo escorraçado do governo Confúcio Moura, tem sinal verde da presidente da República, Dilma Rousseff, para caminhar com o PMDB, mas parece que o assunto deverá ser tratado novamente em novo encontro da legenda petista.

Essas mobilizações serviram para mostrar a existência de três grupos políticos que tentam governar Rondônia nos próximos anos. Caberá agora ao Palácio do Planalto colocar uma pitada de tempero nesse cenário de aliança em Rondônia e definir o que será bom também para a presidente Dilma, candidata à reeleição. É justamente em Rondônia que a presidente tem o maior índice de aceitação no Brasil. Tudo isso será levado em consideração.

27 de março de 2014

Rondônia recebe socorro da Força Nacional do SUS

O governador Confúcio Moura (PMDB) seguiu hoje
Governador Confúcio cumprimenta os médicos
com médicos integrantes da Força Nacional do SUS, do Ministério da Saúde, para Guajará-Mirim e Nova Mamoré, cidades atingidas com a cheia histórica no Estado. Os dois municípios estão isolados devido a enchente e ontem as famílias começaram a receber orientação do trabalho preventivo. 
 
“As ações de governo acontecem de forma imediata. Não vamos esperar as doenças graves surgirem e estamos trabalhando na parte preventiva”, disse o governador Confúcio Moura, antes de embarcar com os profissionais. 
 
“Essa missão tem a finalidade de analisar a situação da água nos rios. Essas análise serão encaminhadas para laboratório especializados, que poderão detectar possíveis vermes e agravantes que podem causar doença à população. Estamos agindo de maneira preventiva. É por isso que em Rondônia não tivemos casos de mortes envolvendo a cheia nos rios”, explicou. 
Trecho da BR-364, próximo de Mutum
 
Confúcio disse que conversou em Brasília com representantes da Força Nacional do SUS e recebeu o apoio de imediato. “Esses profissionais atuam em situação de calamidade. A presidente Dilma Rousseff deu palavra e está cumprindo o que prometeu. O Estado também recebeu reforço de medicamentos e agora vamos a campo para trabalhar”. 
 
As equipes da Força Nacional do SUS são compostas por um coordenador, dois médicos, quatro enfermeiros e três técnicos de enfermagem, todos especializados em emergência e urgência. Para atender às vítimas das enchentes de Rondônia, o Ministério da Saúde, por meio da Força Nacional do SUS, enviou ao estado - desde o início das chuvas - 6,25 toneladas de medicamentos e insumos divididos em 25 kits, capazes de atender 37,5 mil pessoas em um mês.

26 de março de 2014

Rondônia, a nova fronteira de negócios

Canteiro de obra da loja Havan, em Porto Velho
Porto Velho, Rondônia - O município de Porto Velho, capital de Rondônia, ocupou em 2011, a sexta posição no ranking do PIB agrícola municipal do País e as projeções de crescimento na produção de grãos, carne e no segmento de serviços são positivas para os próximos anos. Esse cenário de impulso na economia está despertando interesse de empresários no segmento de serviços e produtores de grãos.
Na pesquisa Mensal de Serviço, divulgada no dia 19 de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rondônia pontuou crescimento de 12,5%. Os maiores desenvolvimentos foram registrados no Distrito Federal (25,1%) e Santa Catarina (12,6%).
De olho na taxa de crescimento econômico de Rondônia, o Banco da Amazônia (Basa), assinou, no mês passado, protocolo de intenção com o governo do Estado no sentido de promover ações coordenadas e impulsionar o desenvolvimento local.
A proposta do banco é aplicar, em sua totalidade, o dinheiro destinado pelo governo em empreendimentos rurais, ciência e tecnologia, turismo e cultura. O presidente do Basa, Valmir Pedro Rossi, fez questão de visitar o Estado e anunciar o montante que a instituição bancária tem disponível ao empresariado rondoniense: crédito no valor de R$ 1,2 bilhão. O montante disponível para linha de crédito chega bem próximo do orçamento do município de Porto Velho, fixado em R$ 1,98 bilhão.
Somente nos dois primeiros meses do ano, a instituição bancária assinou cartas de intenções que somam R$ 245 milhões. São projetos que consistem na construção de mais dois shoppings no Estado, ampliação de rede de supermercados e fábrica de tratores. “Vamos investir R$ 80 milhões no projeto e a obra deve começar ainda este semestre”, disse o empresário Luis Bernardi, ao assinar contrato com o banco. Ele reside em Ji-Paraná, segundo maior município do Estado, contemplado também com uma fábrica de tratores, cujo contrato de financiamento foi assinado também com o Basa.
O Grupo Havan anunciou a instalação de uma filial na capital rondoniense e a previsão de inauguração da nova loja será no mês de agosto. “A loja será de 16 mil metros quadrados e receberá investimentos de R$ 40 milhões”, disse Nilton Hang, responsável pela administração do empreendimento. A empresa será responsável pela geração de 200 novos postos de trabalho na Capital. “Toda a mão de obra será local. Percebemos que Porto Velho tem um varejo pujante e grandes empresas estão instaladas na Capital”.
Exportação passa de US$ 1 bilhão e registra marco para as vendas rondonienses 
Paralelo ao crescimento serviços, as exportações também registraram bom desempenho. Em 2013, segundo relatório produzido pela Superintendência Federal da Agricultura (DFA), Rondônia exportou mais de 550% em relação a 2012. A carne de Rondônia tem como os principais mercados consumidores o Egito, Hong Kong, Venezuela e Rússia.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o estado registrou exportações de US$ 1,041 bilhão, o que representou um marco para as vendas rondonienses que ultrapassaram pela primeira vez na história a marca dos US$ 1 bilhão. Por conta desse aumento nas exportações, o estado recebeu no último dia 25 de fevereiro o secretário do MDIC, Daniel Godinho.
Ele debateu com o governo do Estado e empresários medidas que podem impulsionar as exportações na região. “Vamos levar para Brasília um forte desejo do empresário do estado de exportar e uma série de deveres de casas. A importância dessas visitas é no sentido de aproximar o empresariado e saber o que devemos fazer para ajudar a impulsionar as exportações”, disse.
Para Godinho, outro fator importante para o crescimento das exportações é a logística. “A logística é um desafio para o Brasil. O governo está plenamente conscientizado para esse desafio. Vamos atacar o gargalo da logísticas. Temos os caminhos mapeados, precisamos melhorar os caminhos da hidrovia do Rio Madeira, em Porto Velho. Temos ainda que melhorar as condições de acesso ao pacífico. Rondônia também se destaca por ser um estado superavitário na balança comercial brasileira trazendo divisas para a economia nacional. Em 2013, o saldo na balança comercial foi recorde, com US$ 425 milhões”, disse.
Durante a visita ao Estado, o secretário lançou o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), uma iniciativa que integra o Plano Brasil Maior e busca diversificar as exportações brasileiras ampliando a participação do país no comércio internacional.
O PNCE planeja a oferta de ações ligadas à cultura exportadora nos estados brasileiros por meio da construção de Mapas Estratégicos de Comércio Exterior e da mobilização e capacitação de gestores públicos, empresários de pequeno e médio porte e profissionais de comércio exterior com a finalidade de aumentar e qualificar a base exportadora e fomentar políticas regionais alinhadas à Estratégia Nacional de Comércio Exterior. O plano é coordenado pelo MDIC em parceria com mais 17 instituições e a participação de 24 unidades da Federação, entre elas, Rondônia.
Porto Velho tem o 6º maior PIB Agrícola do brasil, aponta estudo do  ibge  
O município de Porto Velho tem o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) Agrícola do Brasil, segundo divulgou o IBGE na pesquisa PIB dos Municípios 2011. O primeiro foi São Desidério (BA), seguido por Sorriso (MT) e Rio Verde (GO) – veja o gráfico.
De acordo com a pesquisa, os movimentos entre as capitais foram sempre suaves, sendo que, em relação a 2010, houve ganho de posição de São Luís (Maranhão), Cuiabá (Mato Grosso), Florianópolis (Santa Catarina) e Porto Velho (Rondônia) em relação a Belém (Pará), Natal (Rio Grande do Norte), Teresina (Piauí) e Aracaju (Sergipe), respectivamente.
“Esse crescimento da agricultura e pecuária se deve a extensão territorial do município de Porto Velho, que é maior que o Estado de Alagoa, e o trabalho de campo realizado pela Embrapa. A produção agrícola da Capital rondoniense é maior que Brasília, que não é pouca”, explicou Samuel, economista da Embrapa.
Segundo a Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), em 2011 Porto Velho foi o terceiro maior produtor de madeira em tora da extração vegetal. A atividade pecuária também foi expressiva.
A Embrapa, através da sua tecnologia e estudos, conseguiu na cidade de Cerejeiras, sul do Estado, produzir a maior quantidade por metro quadrado de soja; 76 sacas por hectare.
De olho nesse incremento, a Prefeitura de Porto Velho aumentou em 40% o orçamento da Secretaria Municipal da Agricultura (Semagric) e ampliou as parcerias. Um convênio firmado com Embrapa permite levar tecnologia de ponta à agricultura familiar. “Estamos utilizando tecnologia de ponta para que o produto seja competitivo”, explicou o secretário Leonel Bertolin.
O município está indo para um caminho de organização da agricultura. O projeto para 2014/2015, de acordo com a Semagric, é plantar 30 mil hectares de soja. A oportunidade de negócios está atraindo pessoas de outras regiões que estão investindo na plantação de soja na Ponta do Abunã, divisa de Rondônia com o Acre. “Por outro lado, tem pecuaristas se organizando na verticalização da agricultura. O uso do gado em pouco espaço é importante para a sustentabilidade da cidade”, disse o secretário.
O grupo Amaggi, pretende instalar uma moedora de soja em Porto Velho e os estudos estão bem adiantados. O município também vai receber dois novos laticínios de leite. “Esses investimentos agregam mais valor e geram receita. Permitem também abrir novos postos de trabalho, além de organizar a agricultura”, garantiu Leonel.
Faltam armazéns para estocar produção agrícola do Estado
Enquanto o setor de grãos se expande na Capital, existe uma preocupação muito grande onde estocar essa armazenagem de alimentos. Hoje, Rondônia tem um déficit de armazenagem de 540 mil toneladas de grãos e conta apenas com armazens nas cidades de Porto Velho, Cacoal e Vilhena, no Sul do Estado.
Desse total, cerca de 300 mil toneladas estão localizadas na microrregião Colorado do Oeste, que engloba o município de Cerejeiras, responsável por cerca de 25 % da produção de grãos (arroz em casca, milho e soja).
Recentemente, o Consórcio Engineering Estrutural venceu a licitação para prestação de serviços de engenharia e elaboração de estudos preliminares e projetos executivos de arquitetura e engenharia, realização de levantamentos topográficos e sondagens dos novos armazéns da Conab. Serão investidos R$ 7.588.426,34, mas existe previsão de construção de novos armazéns em Rondônia.
Esse ano, a Conab efetivou no seu sistema 83 cadastros com impedimentos. Juntos, eles teria capacidade de atender 707.578 toneladas de grãos. “A Conab se propôs em alugar armazéns para receber a produção de grãos, mas muitos contratos de aluguel não são firmados por falta de certidão negativa dos proprietários”, afirmou o superintendente da Conab no Estado, Everaldo da Silva Santos.
A Conab recebeu, no dia 22 de fevereiro, a escritura de um terreno em Cerejeiras, sul do Estado. A área de 6 hectares foi doada pela prefeitura do município, para a futura construção de um silo graneleiro. O município começa a se expandir na produção de soja e novas áreas serão plantadas a partir deste ano.
Atualmente, a companhia dispõe apenas de três armazéns convencionais no estado de Rondônia e não há unidades credenciadas para movimentação, guarda e conservação de grãos a granel na região.
De acordo com o presidente da companhia, Rubens Rodrigues Santos, a Conab fará estudos de viabilidade para a construção um silo com capacidade para 50 mil toneladas de grãos a granel, com investimento de R$ 20 milhões. A ação depende de aprovação, pela Casa Civil, de um remanejamento de recursos previstos pelo Plano Nacional de Armazenagem, que abrange apenas reformas nos armazéns convencionais da Companhia nos municípios de Cacoal, Porto Velho e Vilhena.
CHUVA AFETA ECONOMIA DAS CIDADES
Produtor rural tenta salvar o que escapou da enchente
A Conab prevê para safra 2013/2014 algo em torno de 870.870 toneladas de soja, arroz e milho, um crescimento de 20% em relação a safra do ano passado. Mas esses números podem ser alterados esse ano. A enchente histórica no rio Madeira, em decorrência da chuva que atinge a Bolívia, comprometeu a produção agrícola dos municípios de Porto Velho e Nova Mamoré. De acordo com estimativas da Secretaria Municipal de Agricultura, os prejuízos somam mais de R$ 600 milhões e os números poderão aumentar.
“Pecuaristas estão isolados em suas propriedades rurais. O transporte de gado nesse período é bastante complicado por conta também do inverno amazônico. A BR-364, no trecho Porto Velho-Rio Branco, está intransitável e a Polícia Rodoviária Federal, decidiu proibir o trânsito de carretas por conta do volume de água (78 cm) acima do nível da BR. Sem estradas, não existe como escoar a produção agrícola. Ainda nesse cenário de muita água, não tem como vender o gado.
A presidente Dilma Rousseff esteve em Porto Velho, e decretou estado de calamidade pública. “Porto Velho já soma um prejuízo de 1 bilhão com a enchente no rio Madeira. Vamos ter que reconstruir a cidade”, disse o prefeito Mauro Nazif.
A situação também é delicada em Nova Mamoré. “Frigoríficos deixaram de abater o gado. A falta de estradas dificultou o transporte do gado e alimentos”, disse o prefeito de Nova Mamoré, Laerte Queiroz.
De olho no comércio da soja
Enquanto o setor público patina e de olho no impulso agrícola do Estado, empresários buscam financiamentos junto ao bancos para construção de novos armazéns. É o caso do empresário Mário Português, proprietário de uma área na região de Jaci-Paraná, distrito de Porto Velho. Ele está construído silos de armazenagem com capacidade de estocar 200 mil sacas. Na mesma propriedade começou a plantar soja e milho. “Pretendemos esse ano colher 50 mil sacas da safra 2013/2014. Já para a safra 2014/2015 o futuro é promissor. Estamos trabalhando para colher 200 mil sacas”, disse. Para o empresário, o município de Porto Velho vive bom momento no agronegócio. “Hoje o sul do Estado domina a produção de grãos, mas a região de Porto Velho começa a abrir novas oportunidades de agronegócios”, disse.
Já o empresário Neodi Carlos trocou a pecuária pela soja e arroz em sua propriedade rural localizada na cidade de Machadinho, distante 300 km da Capital. “Começamos com uma plantação de 100 hectares de soja e esse ano plantamos 2.274 hectares de arroz.”, disse.

20 de março de 2014

Justiça Eleitoral cassa diploma de prefeito de Candeias do Jamari

Porto Velho, Rondônia - O juiz eleitoral Carlos Augusto Teles de Negreiro, decidiu cassar o diploma do prefeito de Candeias do Jamari, Dinho Souza (PV), e o vice-prefeito Francisco Sobreira de Soares. Os dois são acusados de abuso de poder econômico nas eleições de 2012. A decisão, publicada na edição da última quarta-feira no Diário Oficial do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foi encaminhada ontem à Mesa Diretora da Câmara de Candeias.
Na decisão, o juiz declarou Dinho Souza inelegível por 8 anos. Ele foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Na mesma decisão, o juiz determina a posse imediata do segundo colocado nas eleições de 2012. Dinho também teve os direitos políticos suspensos por um período de 5 anos. 

Entenda o caso

Dinho polarizou a disputa para o cargo de prefeito do município com Raimundo das Chagas Teixeira (PDT), conhecido popularmente como professor Raimundo e que pela segunda vez concorria ao cargo na cidade satélite. Com 100% das urnas apuradas o resultado final indicou a vitória de Dinho, com uma diferença de 41 votos sobre o oponente. O desfecho, no entanto, está cercado de rumores e indícios que colocam em suspeita a credibilidade do pleito.
A começar pela apuração. “Estávamos acompanhando por um telão, na Câmara Municipal, a contagem dos votos e o professor Raimundo estava liderando a disputa. Por volta das 21h o telão apagou. Pediram pra gente se afastar e que o telão tinha sido apagado porque estavam esperando a chegada de umas urnas do sítio”, narrou o candidato a vereador do município, Antônio Pioneiro.

Boca de urna

Presidente do diretório do Partido Socialismo e Liberdade (P-Sol) em Candeias do Jamari, Marcos Sussuarana acrescentou na época mais situações que colocam em cheque a condução do pleito eleitoral no município. “Uma das sessões eleitorais fica na linha 45 e nesse local a votação aconteceu na escola municipal Mário Covas, onde foram instaladas as sessões 119 e 145. O curioso é que a urna chegou à escola em um carro adesivado com propaganda do Dinho e conduzido por um dos coordenadores de sua campanha”, apontou.

Ele afirmou ao que o equipamento foi recebido pela diretora da escola, a quem nominou Valcifran. Segundo ele, a diretora usava um crachá de fiscal do partido do prefeito Dinho e não haviam funcionários do TRE no local. Sussuarana acrescentou que ela ficou na escola por um período auxiliando no preenchimento de justificativas e realizando boca de urna junto aos eleitores. A diferença entre os candidatos no local foi de 27 votos, segundo dados do TRE-RO.

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A chuva que beneficia Rondônia

A chuva que castiga Rondônia pouco tem influenciado na cheia do rio Madeira, em Porto Velho, mas o volume de água que atinge no Estado beneficiou a lavoura de soja, milho e café.
Hoje todas as áreas já foram plantadas e a fase de colheita da safra 2013/2014 iniciou no mês de fevereiro.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Rondônia revelam que a produção de soja no Estado deve chegar esse ano a 60.311 toneladas, arroz 136.609, milho 1ª safra 123.950 totalizando nesse primeiro momento 870.870 toneladas. Os números podem mudar até o final do ano.
O Porto Graneleiro de Porto Velho fechou o exercício de 2013 com crescimento de 16,24% de exportação, em relação ao período de 2012. Passaram por lá 1.922.620 toneladas de soja e 976.449 de milho. Boa parte da soja que passou por Rondônia veio do Mato Grosso, hoje maior produtor do alimento no Brasil.
A enchente no rio Madeira, em Porto Velho, trouxe um prejuízo de mais de 600 milhões na agricultura, segundo revelou em recente entrevista ao Diário o secretário municipal de Agricultura, Leonel Bertolim.
Hoje a soja está sendo plantada em mais de 15 municípios de Rondônia e muitos empresários estão investindo no setor.
Na região de Machadinho do Oeste, por exemplo, muitos empresários abandonaram a pecuária e passaram a investir na produção de arroz e soja. As previsões são otimistas e o processo de colheita surpreendeu. A região, segundo a Embrapa, é a mais atingida pelas chuvas durante o inverno amazônico, um fenômeno natural importante para a lavoura.

O milho, segunda safra, é plantado no final de janeiro e segue até de março. O processo de colheita na lavoura acontece no mês de junho e comercialização no período de junho a agosto. O poder público precisa agora planejar o pós-enchente e garantir a condições de escoamento da produção agrícola. Com o aumento da produção, cresce o volume de cargas transportadas nas estradas vicinais e rodovias. A agricultura vai precisar ganhar atenção redobrada quando o nível do rio baixar.

18 de março de 2014

Deputado cobra transposição e fala da viagem “secreta” de Dilma

Porto Velho, Rondônia - Ao mostrar insatisfação com a viagem secreta da presidente Dilma Rousseff (PT), ao Estado de Rondônia, no último sábado, o deputado federal Marcos Rogério, do PDT, usou a tribuna da Câmara Federal para mostrar a insatisfação com a petista. 



Segundo o parlamentar, a Dilma se recursou, pela segunda vez, de falar sobre o processo da transposição dos servidores públicos do Estado ao quadro do governo federal.

Ao lamentar a negativa, o deputado disse que a Dilma esteve em Porto Velho em uma viagem secreta. “Ela não avisou nem os deputados do seu partido”, afirmou o parlamentar.

“Somos gratos pela apoio de Dilma ao estado, principalmente nesse momento de enchente. Mas os servidores também sofrem com a lentidão no processo de transposição do funcionalismo público. A presidente durante sua visita a Porto Velho, no último sábado, não recebeu sindicalistas e disse que o momento não era oportuno para tratar do assunto”, explicou.

A transposição dos servidores, segundo o parlamentar, é sim de interesse da população de Rondônia. “Trata-se de uma luta de 15 anos. Em 2011, Dilma esteve em Rondônia e disse que iria corrigir uma injustiça. A transposição não saiu do papel. Falta a presidente horar a palavra, fazer a justiça, porém, esse tem sido um assunto proibido nas reuniões”, disse.


17 de março de 2014

Após visita de Dilma a Porto Velho, Justiça autoriza abertura de estrada em parque

A abertura da Estrada do Parque para facilitar o acesso aos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, foi autorizada ontem pelo Tribunal Regional Federal (TRF), Primeira Região.
O Tribunal entendeu que existe urgência na abertura da estrada para amenizar os impactos sofridos pela cheia do rio Mamoré nessa área. 
A autorização da abertura acontece um dia após a visita da presidente Dilma Rousseff (PT) a Porto Velho, ocorrida no último sábado. 
Durante coletiva à imprensa, a presidente apontou a estrada como uma das prioridades. “Entendo que essa estrada é importante nesse momento para agilizar a chegada de combustível, alimentos e medicamentos nas comunidades isoladas, como é o caso de Guajará-Mirim e Nova Mamoré”, disse. 

A partir de hoje, servidores do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), retomam os trabalhos no local. As obras foram paralisadas após decisão da Justiça. 

ENTENDA O CASO

O Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia advertiu no último dia 26 que a estrada não poderia ser aberta, pois invadiria áreas de reservas indígenas e o Parque Estadual de Guajará-Mirim.
Por ser área de Unidade de Conservação de Proteção Integral e estar próxima de áreas indígenas, entre outras razões constantes no processo, a liminar foi obtida e confirmada por sentença que proíbe que seja efetuada qualquer atividade propensa a abrir estrada naquela área. O MPF adverte que o descumprimento das ordens judiciais resultará em responsabilização civil e criminal dos infratores.
A manifestação do MPF ocorreu um dia após a Assembeia Legislatura autorizar, em votação, o pedido do governador Confúcio Moura (PMDB), revogando a lei que criou o Parque Estadual. 
No mês passado, a Justiça determinou a paralisação das obras. Na semana passada, durante audiência com a presidente Dilma Rousseff, o governador Confúcio Moura (PMDB), falou da importância da abertura da estrada e retirar as famílias do isolamento. 
Devido a cheia no rio Araras, a BR-425, foi tomada pela água e o trânsito de caminhões foi interrompido pela Polícia Rodoviária Federal. Os moradores de Nova Mamoré e Guajará-Mirim ficaram no isolados e as cidades sofrem com racionamento.

16 de março de 2014

Dilma nega influência das usinas de Jirau e Santo Antônio com a cheia histórica do Madeira





Em visita a Porto Velho (RO), a presidente Dilma Rousseff (PT), negou e responsabilidade das usinas de Jirau e Santo Antônio, em  Porto Velho, com a cheia histórica do rio Madeira. "Não é possível olhar para essas duas usinas e acharem que eles são responsáveis pela quantidade de água que entra no rio Madeira", disse a presidente.

Após sobrevoar as áreas atingidas pelas enchente, Dilma se reuniu com lideranças políticas do Estado e anunciou a liberação de R$ 5 milhões. Após coletiva à imprensa, Dilma seguiu para o Acre e anunciou a construção de uma ponte no rio Madeira, em Abunã, permitindo retirar o estado do acreano do isolamento. 

O único acesso terrestre ao Acre é pela BR-364, que está completamente alagada em função das chuvas na Bolívia. 

A construção da ponte sobre o rio Madeira, em Abunã, foi licitada em outubro do ano passado e a empresa Arteleste venceu a licitação de R$ 130 milhões. A obra até o momento não saiu do papel. 

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Justiça anula construção da ponte sobre o rio Madeira
Nova  ponte em Abunã é licitada pelo DNIT





14 de março de 2014

Rondônia pode ter prejuízos de R$ 1 bilhão com alagações

Distrito de São Carlos, região de Porto Velho
Porto Velho, Rondônia - A cota do Madeira oscilou em torno dos 19,15 metros ontem em Porto Velho aumentando as preocupações provocadas pela cheia histórica do rio. A Defesa Civil trabalha com a expectativa de uma cota de 19,50 metros, o que poderia alagar uma área grande da Capital, que ainda não se sabe qual seria. "Cada centímetro de subida do rio representa uma grande área por onde a água se espraia, por isso, as ações de socorro continuam, com a retirada das pessoas de suas casas, além de assistência aos desabrigados", informa o coordenador da Defesa Civil Municipal, José Pimentel.

"O certo é que entre 2.400 a 2.500 pessoas já foram retiradas de suas casas pela Defesa Civil e somando-se às que saíram por conta própria, a prefeitura calcula que cerca de 3.800 família, ou 19 mil pessoas, foram expulsas de seus lares", de acordo com o prefeito da Capital, Mauro Nazif. Ele aguardava para ontem o resultado da análise da Defesa Civil Nacional do decreto de Calamidade Pública no município. A entrega do decreto foi feita pessoalmente pelo prefeito, juntamente com o governador Confúcio Moura e a bancada de Rondônia. A comitiva também esteve com a presidente Dilma Rosseff, que garantiu apoio. 

A expectativa de prejuízos das alagações já chega a R$ 1 bilhão e a prefeitura precisa de recursos para atender aos desabrigados e também para reconstruir o centro histórico da cidade, no período pós-enchente.

Entre os pleitos levados pelos rondonienses à Defesa Civil Nacional está a liberação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para quem perdeu suas casas, a construção de casas populares e a prorrogação de prazos para o pagamento de financiamentos de agricultores e pecuaristas.

Comunidades centenárias preocupam

O prefeito se mostra particularmente preocupado com a situação "das comunidades centenárias do Baixo Madeira, como é o caso dos moradores de Demarcação, Calama, Nazaré e São Carlos, onde as casas estão encobertas e existe um grande comprometimento do lençol freático, com a contaminação dos poços amazônicos e tubulares, além do fato de o solo, arenoso e frágil, ter sido atingido pela alagação. Cada distrito conta com 1.000 a 1.200 famílias e parte delas está alojada no Lago do Cuniã e mais recentemente em uma área conhecida como Cavalcante, onde 100 famílias já estão abrigadas. "Para onde irão? pergunta Nazif. Eles se mostram temerosos de retornar às suas casas e há a necessidade de buscar alternativas", afirma.


O prefeito ressaltou que uma liminar expedida nesta semana pela Justiça Federal obriga as concessionárias das Usinas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau a se responsabilizarem pelo socorro às pessoas desabrigadas a montante dos dois empreendimentos, incluindo, portanto, os distritos de Jacy-Paraná, Abunã e Fortaleza do Abunã. A cheia atinge três municípios - Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirim -, sendo a Capital o mais atingido. Os dois últimos sofrem com a dificuldade de abastecimento por causa da alagação da BR-364. (Texto: Ana Aranda. Foto: Marcos Freire).

11 de março de 2014

A aliança PMDB e PT


A aliança PMDB-PT em Rondônia parece ter sido sacramentada ontem em Brasília durante reunião das duas legendas. Além de Rondônia, o partido deve caminhar unido nas eleições de outubro nos estados do Maranhão, Paraiba e Tocantins. Essa união partidária deixa sinais claros para o Brasil a construção da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), cuja aliança terá um peemedebista indicado como candidato a vice-presidente, posto esse ocupado hoje por Michael Temer. A ideia inicial é estender essa pavimentação política em vários estados, mas para isso, algumas pendências ainda precisam ser sanadas.

Com a aliança quase fechada, o projeto de pré-candidatura ao governo do deputado federal Padre Ton (Alto Alegre), que ganhava força no interior do Estado, acabou sendo adiado. O PT, que trabalhava firme e com forte chance de aliança com o Partido Progressista (PP) do ex-senador Ivo Cassol, a partir de agora terá a missão de tentar convencer a companheirada da retomada do namoro com os peemedebistas.
Assim como PMDB almeja e briga insistentemente por ministérios na estrutura do governo federal, os petistas de Rondônia também poderão exigir maior participação do governo Confúcio Moura. Nas eleições de 2010, o PT lançou candidato a governo ex-deputado federal Eduardo Valverde. Ao sair derrotado das urnas, a legenda dos trabalhadores decidiu apoiar Confúcio Moura no segundo turno. Em troca do apoio, o partido ganhou as Secretarias de Cultura, Agricultura, Idaron e Emater. Hoje o PT não tem participação no governo Confúcio e todos os vermelhinhos foram obrigados a entregar os cargos que exerciam na estrutura governamental, com exceção da Emater até hoje ocupada por um companheiro.

O governador Confúcio Moura já mandou um recardo aos seus secretários e assessores do primeiro escalão: quem for candidato nas próximas eleições deve sair da moita e entregar a pasta o mais rápido o possível. Confúcio ainda não decidiu se vai de fato concorrer à reeleição, mas independente do seu posicionamento, é importante começar a discutir a retomada de espaço do PT em sua administração a partir de agora e um projeto político para Rondônia.

5 de março de 2014

Deputados do Acre querem ouvir as usinas sobre causas da cheia no Madeira

Comitiva do Acre visita trecho da BR-364. Foto: Aleac
Uma comitiva de deputados estaduais do Acre estará nesta quinta-feira, dia 6, na região do Abunã, divisa de Rondônia com o estado acreano, com a missão analisar a enchente que deixou diversas famílias desabrigadas. “Queremos diagnosticar as causas da cheia no Madeira. Isso tá com cara de que foi a mão do homem”, desabafou o deputado Moises Diniz (PCdoB).

Nos corredores da Assembleia Legislativa, já se fala na instalação de uma Comissão Especial de Investigação. Ribeirinhos, representantes da Universidade Federal do Acre (Ufac), sindicatos de engenheiros e economistas serão convidados para a discussão. “Queremos ouvir do simples ribeirinhos aos chefões das usinas de Santo Antônio e Jirau, em Porto Velho”, disse o parlamentar.

Nesta quarta-feira  pela manhã, deputados estiveram na BR-364, tomada pela enchente e comprometendo o abastecimento de combustível em Rio Branco. 

Contra as usinas
No Estado do Acre, a única voz contra a construção das usinas do Rio Madeira, em Porto Velho, foi da ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Seu posicionamento contrário a construção dos empreendimentos resultou na sua exoneração do cargo de ministra. 

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