13 de outubro de 2014

Eleições 2014: Confúcio Moura fala de estratégias para o segundo turno

Valdir Raupp, Marcos Rogério, Confúcio e Acir Gurcaz
Uma semana após a oficialização do resultado das eleições de segundo turno, o candidato à reeleição, Confúcio Moura (PMDB), mudou a estratégia de campanha e parte agora no caminho do contra-ataque mostrando as realizações do seu governo na Capital e interior do Estado. “Confesso que pequei na divulgação das minhas obras, mas vamos fazer isso agora no segundo. Visitaremos bairros por bairros e municípios, mesmo onde ficamos em segundo lugar na eleição de primeiro turno”.
Em entrevista ao Diário, ao lado dos campeões de votos nas eleições do dia 5, como o senador Acir Gurgacz (PDT) e o deputado federal Marcos Rogério (PDT), e o senador Valdir Raupp, Confúcio falou das novas alianças e estratégias rumo ao segundo turno. “Ganhamos em primeiro turno nos maiores colégios eleitorais e já ampliamos essa vantagem agora nos pequenos municípios”, disse o peemedebista.


Diário – Que avaliação pode ser feita da eleição no que tange ao primeiro turno e como está a costura de alianças? Tem recebido reforços?

Confúcio - A avaliação foi positiva. Percebemos nos últimos dias um crescimento no Estado e conseguimos reverter a situação. A população reconheceu o nosso trabalho. Após o resultado do primeiro turno, o PT foi o primeiro partido que procuramos. Já havia um acordo prévio e o Rui Falcão (presidente nacional do partido) disse ao senador Valdir Raupp que acertasse o apoio. Conversamos com o deputado federal e presidente do PT, Padre Ton, e a vereadora Fatinha, de Porto Velho. Essa base é importante para nossa campanha e o PT estará conosco no segundo turno.

Diário – O senhor teve uma bela vitória na Capital, com diferença de 10 mil votos, onde geralmente o terreno é pantanoso para os governadores. Ao que atribui esta reviravolta?

Confúcio - Vencemos na Capital e essa posição de Porto Velho foi de muito trabalho voluntariado na rua. A onda amarela foi importante e também a hipocrisia da oposição no ataque grosseiro. Foram  três contra um. A população sentiu que foram verdadeiros os investimentos  na saúde. Quem anda pelos hospitais de Porto Velho sente que melhorou. Na educação também. São visíveis os investimentos do Estado na segurança pública e tudo isso fez a população optar do nosso lado do que acreditar na oposição falastrona.

Diário – Como encarou o elevado número de brancos e nulos e de uma enorme abstenção do eleitorado?  O senhor foi prejudicado  por isto?

Confúcio - Foi muito grande. Buritis, Campo Novo e distritos fortes como Rio Branco, Minas Novas e alguns lugares não tiveram transporte adequado de eleitores. Na verdade houve um desinteresse também na votação, representando uma abstenção gigantesca acima da média. Esperamos uma mudança agora. Como é uma eleição de presidente e governador, todos esses distritos dependem exclusivamente do governo.

Diário – Na sua coligação foram eleitos o senador mais votado,  e teve mais estaduais e federais eleitos. O que isto representa no seu projeto de reeleição?

Confúcio - Essas lideranças representam uma força muito grande. Marcos Rogério (deputado federal reeleito) ficou surpreso, o senador Acir (senador reeleito) superou minha expectativa, a deputada federal Marinha Raupp também. Fizemos cinco deputados federais e isso conta muito para governo do Estado e nos permite um certo conforto no segundo turno. Temos a maioria hoje e a imagem deles vinculada no segundo turno nos programas de rádio, nos ajudará bastante nessa reta final. São lideranças representativas e os votos nesses candidatos saíram de forma muito espontâneo e natural. São pessoas que têm capacidade de transferência de votos.

Diário – A oposição tem martelado que as finanças do Estado estão fora de prumo e que o senhor, terá dificuldades de quitar os salários no final de ano. Procede?

Confúcio - As contas nossas estão saneadas e os fornecedores recebendo em dia. Quando assumi o governo recebi uma dívida de R$ 400 milhões com fornecedores. Hoje não temos mais pendência com ninguém. Os salários dos servidores estão em dia e metade do décimo terceiro já foi pago. A quebradeira anunciada pelos adversários no meu governo foi feita sem fundamento. O Estado não está quebrado. Estamos encaminhando para Assembleia um orçamento da ordem de R$  7,4 bilhões. Quando assumi o governo o orçamento era de R$ 4 bilhões. Esse crescimento representa muito dinheiro. Mesmo com a economia do Brasil estabilizada, conseguimos melhorar o desempenho da arrecadação sem arrocho fiscal. O nosso crescimento foi bem acima da média e esse ano, mesmo com o Brasil crescendo abaixo de 1%, Rondônia vai crescer 5%.

Diário – Que obras pretende inaugurar ainda em 2014 e que projetos o senhor tem para um novo mandato?

Confúcio -  Temos a obra do Shopping Cidadão, na Capital, que está quase pronto. Nossa meta é reduzir a fila de pessoas em busca de serviços. Vamos copiar modelos de atendimentos que deram certo em outros Estados. Hoje é oferecido um serviço ruim e vamos ajustar um modelo rápido de atendimento. Vamos inaugurar agora o Centro de Reabilitação e Fisioterapia, na zona Leste. Já está pronto e vamos fazer uma gestão pela organização social especializada de serviço. Vamos começar com o serviço público e abrir as portas na segunda-feira. Também vamos inaugurar ao lado do Hospital de Base, um Centro de Imagem,  serviço que antes era terceirizado e hoje é público. Tem muita obra na Capital. Cito ainda como exemplo o Restaurante Popular, na zona Leste. Vamos esperar o período eleitoral para inaugurar e entregar à população.

Diário – Com relação a Capital, quais são suas principais metas, além  da conclusão do sistema de água e esgoto?
Confúcio -  Água e esgoto tem três processos e dois em andamento e um processo de licitação. Falta a licitação de 20% e outras licitações correm normalmente em Jacy- Paraná, Nova Califonia e União Bandeirantes, todas estão em obras e sondagem pronta. A Caixa Econômica autorizando  iniciaremos o serviço em 45 dias. São compromissos que faço para o segundo mandado. Estou organizando um novo terreno, perto da sede da Delegacia Federal da Agricultura (DFA) na BR-364, para a construção do espaço multieventos, onde vai acontecer grandes eventos culturais. Trabalho  uma parceria com o Governo Federal de fazer a reforma dos prédios do governo e eles me viabilizam o terreno para a construção do espaço multieventos. Esse investimento permitirá o crescimento empresarial na rede de hotelaria no local, além de impulsionar o comércio local. 

Diário – A região central foi muito beneficiada na sua gestão. Quais foram as principais obras?

Confúcio - Na região Central do Estado destaco o programa de habitação popular. São quase 3 mil casas. Não se trata de uma obra exclusiva do Governo Federal. Tem uma contrapartida do Estado. Sem dinheiro a obra não sai. Os terrenos são bem localizados e tem que fazer a estrutura de água, parte elétrica, meio-fio, sarjeta e asfaltamento. Ji-Paraná recebe um volume muito grande de obras. Temos uma Escola Padrão MEC que será inaugurada em novembro, o Centro Socioeducativo e a obra do Anel Viário em pleno andamento e que vai desafogar o trânsito de carretas do centro da cidade de Ji-Paraná. Trata-se de um investimento de R$ 30 milhões. A reforma e melhoria do Aeroporto de Ji-Paraná fizemos em 45 dias. A drenagem do igarapé Pintado, no Nova Brasília, também é obra nossa.  Está em andamento o projeto de água tratada de R$ 35 milhões e vamos aplicar mais de R$ 75 milhões em obras de esgoto. Ainda compramos por R$ 5 milhões uma área para construção do Batalhão do Exército em Ji-Paraná. O dinheiro já foi pago à União e a obra deve começar em breve.

Diário – Seu concorrente participou de quase todos os governos anteriores e é um adversário tradicional do PMDB, aliado que foi dos ex-governadores Piana, Bianco e Cassol. Isto acirra mais a disputa ainda? Sua política no segundo turno será de bateu levou? 

Confúcio - É uma disputa dura, mas nós esperamos vencer a eleição pela obviedade do trabalho do governo. Eu já deveria ter faturado essa eleição no primeiro turno e confesso ter falhado muito na comunicação. Outros governadores que fizeram menos  ganharam em primeiro turno. Estamos confiantes na vitória e as próximas pesquisas vão apontar uma diferença grande.

Diário – Como estão as conversas com os prefeitos?

Confúcio - Nós perdemos no primeiro turno em Vilhena, mas vamos ganhar agora com o apoio do prefeito José Rover (PP). Essa adesão política foi feita com o senador Acir. Estamos satisfeitos e vamos agora trabalhar pesado em vários municípios e reverter a diferença nas cidades, principalmente depois da participação do PT, que saiu vitorioso em vários municípios. Vamos reverter a pequena diferente nesses municípios. Lembrando que os prefeitos foram muitos beneficiados no nosso governo mesmo os que estavam envolvidos em outras coligações. Os prefeitos não podem alegar que nosso governo prejudicou os municípios. Não eliminamos as cidades por questões políticas. Com o apoio agora dos municípios, esperamos sacramentar essa eleição. (Carlos Esperança e Marcelo Freire)

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