Ao que parece, os índices de
desmatamento na Amazônia são bem semelhantes com as pesquisas em
período acirrado de reta final de campanha eleitoral. Os números do
desmate nos estados que compreendem a região Amazônica podem variar
de instituto para sistemas de monitoramento e e sempre terão
divergências. A única certeza nessa dúvida de percentual sobre o
desmate no Norte é o efeito devastador no meio ambiente com a
provocação de alagações na região Norte e seca no Sudeste
Brasil.
Durante a semana, a revista Planeta
publicou um artigo mostrando “um súbito aumento no desmatamento na
Amazônia no fim de 2014, supostamente ocultado nos debates
eleitorais de outubro, coloca ambientalistas e representantes
do governo em posições antagônicas depois de vários
anos de redução na devastação ilegal”. Para piorar o cenário,
segundo a revista, há sinais de que a perda da cobertura
florestal no Norte esteja alterando o regime de chuvas e contribuindo
para a seca no Sudeste.
No ano passado, Rondônia contabilizou
um prejuízo de mais de R$ 7 milhões com as enchentes nos municípios
de Porto Velho, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e parte de municípios
do Amazonas. A subida repentina do nível do rio Madeira, na capital
rondoniense, contabilizando 19,78 cm. Na década de 80 os municípios
enfrentaram uma cheia bem parecida e não se descobriu na época se
as causas seriam o desmatamento. Esse ano, quem enfrentou os
prejuízos com a cheia foi Estado do Acre. A enchente do Rio Acre
começou em Assis Brasil, na fronteira com o Peru. Depois passou por
Brasiléia e chegou a Xapuri, terra do ex-líder seringueiro Chico
Mendes, morto em 1988.
No ano passado, os institutos de
controle da floresta parecem que deram trégua de forma unificada e
não divulgaram os índices de desmatamento. Talvez essa inércia
tenha forte ligação com a eleição presidencial, ocorrida em dois
turnos. O foco naquele momento era corrida acirrada ao Palácio do
Planalto e, tudo indica que a divulgação do percentual de
desmatamento traria grande impacto ao governo federal, comprometendo
inclusive o andamento da campanha no segundo turno.
Tudo indica que a partir de agora, os
órgãos de controle terão de fazer uma fiscalização mais acirrada
na fiscalização. A seca ocorrida no reservatório Cantareira, em
São Paulo, pode ser um sinal da divergência desses números e algo
precisará ser feito para evitar a falta de água no planeta.