A transferência de cinco lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) do sistema prisional de Alcaçuz, em Natal (RN), para o presídio federal de Porto Velho (RO) cria um clima de insatisfação com os gestores do País, revolta a sociedade e obriga o Estado a refletir sobre qual será o destino da segurança pública no Brasil.
Não é de hoje que o presídio federal de Porto Velho recebe “importantes” membros de facções criminosas que espalham o terror pelo Brasil. Rondônia já se tornou referência em receber presos de alta periculosidade. A casa de segurança máxima já abriga Francisco Antônio Cesário da Silva, conhecido como ‘Piauí’, líder do PCC. Piauí estava preso na penitenciária de Avaré (SP) e é apontado como um dos criminosos mais perigosos sob custódia da Secretaria de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo. Ele foi transferido em 2002.
‘Piauí’ é um bandido perigoso e foi apontado como autor de uma lista como 42 nomes de policiais militares e civis ‘marcados para morrer’. No presídio federal de Porto Velho sempre há vagas para líderes de facções. Em agosto do ano passado o estabelecimento prisional recebeu uma comitiva de presos que comandavam ataques contra ônibus na cidade de Porto Alegre (RS). Segundo a polícia, os detentos estavam ditando as regras de dentro do presídio, uma prática que ocorre também nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Não se pode esquecer de Fernandinho Beira-Mar.
Agora o presídio recebe os presos José Cláudio Cândido do Prado, 37 anos; Tiago de Souza Soares, 30 anos; Paulo da Silva Santos, 42 anos; João Francisco dos Santos, 30 anos e Paulo Márcio Rodrigues de Araújo, 31 anos. Entre os mais perigos do bando está José Cláudio Cândido do Prado. Ele foi condenado a 75 anos de prisão pela prática dos crimes de homicídio, roubo e tráfico de drogas. Ele é do Estado de Mato Grosso, que faz divisa com o município de Vilhena.
Estes presos que desembarcaram ontem em Porto Velho foram responsáveis pela matança de 26 presos no último dia 15 no presídio de Alcaçuz. Dois dos 26 detentos vítimas da matança na Penitenciária foram mortos com tiros durante uma rebelião que durou quase uma semana. É o que diz o laudo da causa das mortes divulgado pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep). 15 foram decapitados, conforme divulgou o Itep em 16 de janeiro. Outros foram mortos por degolamento, perfurações ou sangraram até a morte. Três não identificados foram queimados vivos.
Apesar de possuir presos de alta periculosidade, o presídio federal de Porto Velho é seguro pelas regras em que os detentos são submetidos. Mas o que está em discussão não são as regras do presídio federal. O sistema prisional está falido e em pouco tempo não haverá mais espaço para abrigar líderes de facções.
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