Deflagrada em 2006 pela Polícia Federal, a Operação Dominó completa no mês de agosto 11 anos em Rondônia com prisões ainda a serem cumpridas. Na última sexta-feira, foi presa em Porto Velho, a ex-deputada estadual Ellen Ruth, acusada de pedir propina para garantir a votação de projetos de interesse do governo. Atualmente estão foragidos da Justiça, os ex-presidentes da Assembleia Legislativa rondoniense, Carlão de Oliveira e Marco Antônio Donadon, condenados por desvios de recursos públicos no Poder Legislativo.
A operação Dominó abriu a temporada de prisões de pessoas influentes da política rondoniense e do próprio Poder Judiciário e gerou polêmica com relação ao uso da algemas em autoridades que não representam ameaça a integridade de outras pessoas. Quem não se lembra da prisão do ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB) e do ex-governador de Roraima, Neudo Campos? Os dois usavam algemas pela primeira vez.
O trabalho em conjunto do Ministério Público Estadual, Tribunal de Justiça e Polícia Federal serve de modelo para outras operações policiais e merece uma atenção especial com relação aos prazos de recursos utilizados pelos advogados para recorrer de decisões judiciais em desfavor de seus clientes. Os condenados da operação Dominó utilizaram todos os recursos oferecidos pela legislação penal e se agarraram no manto da imunidade parlamentar, o que dificultava celeridade no processo de julgamento.
Aos poucos, o poder do voto do eleitor foi modificando esse cenário de lentidão na análise de processos. As leis também foram se aperfeiçoando e dificultando a vida de quem ainda tenta desviar o dinheiro público. Mesmo com as leis passando por mudança e as polícias se aperfeiçoando no processo de investigação dos corruptos e o eleitor mais esclarecido pelo trabalho da imprensa, a saga para desviar os recursos do contribuinte não foi abalada. Após a operação Dominó, foram desencadeadas em Rondônia outras operações que levaram para cadeia ex-presidentes da Assembleia Legislativa, prefeitos, vereadores e empresários.
Hoje a população pode acompanhar todos os dias na palma do celular as delações premiadas dos delatores da empresa Odebrecht , presos na operação Lava Jato, o maior esquema de corrupção envolvendo chefes de poderes. Com o apoio de uma força-tarefa, a operação Lava Jato pode acelerar o julgamento de processos de políticos denunciados. Diferente da operação Dominó, todos os denunciados e investigados na operação Lava Jato se dizem inocentes e terão a oportunidade de se defenderem nos tribunais. Muitos denunciados no esquema de corrupção apostam na imunidade parlamentar e acreditam que serão eleitos nas próximas eleições previstas para acontecerem em menos de 20 meses.
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