A presença constante de índios no centro comercial de Porto Velho pedindo esmola revela a falta de compromisso dos gestores públicos com os povos indígenas no Brasil. É fato que nos últimos anos houve uma grande revolução nas aldeias com a participação maior dos indígenas em faculdades, participando de palestras e ministrando aulas, mas por outro lado eles tiveram seus direitos privados por culpa exclusivamente de quem deveria garantir a proteção dessa população.
Quem não se lembra do massacre ocorrido em abril de 2004 na reversa indígena Roosevelt, em Espigão do Oeste, resultando na morte de 29 garimpeiros? Na época, a matança colou à tona a verdadeira falta de políticas públicas voltadas aos interesses dos índios Cinta-Larga em Rondônia. Até hoje eles são usados por garimpeiros oportunistas que tentam de forma constante reativar a exploração de diamantes em uma das maiores reservas de mundo.
Em 2013, no município de Humaitá, no Amazonas, populares revoltados com o desaparecimento de três pessoas na Transamazônica, atearam fogo no prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) no município. Os populares também colocaram fogo no barco que levava atendimento à população indígena nas aldeias. A Transamazônica é uma estrada bastante conhecida e os índios costumam cobrar pedágio de madeireiros que ingressam na região coma missão de extrair madeira ilegal de áreas protegidas.
A Secretaria Especial de Saúde Indígena é o órgão responsável em levar assistência à população indígena espalhada por esse imenso Brasil. Atualmente, existe no País 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas que contam com 510 médicos, sendo que 65% são do Programa Mais Médicos. O orçamento da saúde indígena nos últimos cinco anos cresceu 221%, passando de R$ 431 mil em 2011 para R$ 1,6 bilhão em 2017. É preciso saber onde de fato está sendo aplicado esse dinheiro, principalmente na Amazônia, onde está concentrada a maior parte da população indígena do Brasil.
No município de Espigão do Oeste, por exemplo, é comum encontrar índios circulando pela cidade em busca de auxílio. Em aldeias da região, muitos estavam passando fome. Não se sabe se de fato esses povos indígenas estão recebendo ajuda do Governo Federal. A falta de políticas públicas voltadas aos índios de Rondônia serve de atrativo para os oportunistas de plantão se aproveitarem do momento e investirem na clandestinidade do garimpo. O resultado dessa ação acaba produzindo efeito na própria sociedade.
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