27 de abril de 2017

Fronteiras desprotegidas e criminosos organizados

A fragilidade da segurança pública nas áreas de  fronteira com o Brasil é um problema antigo e bem distante de encontrar uma solução eficaz. Traficantes sempre aproveitaram a ausência da fiscalização rotineira para avançar no importante comércio de drogas. Todos são conhecedores que é obrigação do Governo Federal manter a segurança nas áreas de fronteira, mas o Estado não conseguiu avançar nos últimos anos em planos estratégicos e fechar a porteira.
Se falou muito em manter a segurança com o apoio do Exército, mas essa proposta dificilmente saiu do papel nos últimos meses. Rondônia faz fronteira com a Bolívia e também se tornou uma grande rota importante dos traficantes. O Acre também oferece oportunidade para quem pretende ingressar no mundo do tráfico devido a falta de fiscalização. Traficantes bolivianos e brasileiros utilizam a rota acriana e circulam livremente em território rondoniense transportando produtos ilícitos.  
Na última segunda-feira, a imprensa nacional registrou uma ação policial que resultou na prisão de uma quadrilha que fez assalto a um banco no Paraguai e utilizava o Brasil como rota de fuga. No ataque a uma transportadora de valores, os bandidos levaram o equivalente a R$ 120 milhões e três deles morreram em troca de tiros com a polícia. O caso ganhou repercussão nacional e revelou aquilo que os brasileiros sabiam e principalmente a segurança pública: a falta de segurança na fronteira.
A falta de investimentos na fiscalização da fronteira reflete no atual cenário de insegurança nos Estados. Os traficantes utilizam a fronteira para transportar drogas e abastecer as quadrilhas com armamento pesado. Essa facilidade, permitida com  ausência da Polícia Federal e até mesmo do Exército, permite o crescimento do crime organizado e do tráfico de drogas.
No ano passado, a Polícia Civil de Rondônia realizou um trabalho em conjunto com a Polícia Militar na fronteira com a Bolívia, na região da BR-429. 
A rodovia também é rota de tráfico escolhida pelos bolivianos e brasileiros. Durante essa ação policial, foram apreendidas drogas e armas e veículos. A ação durou poucos dias, mas foi o suficiente para prender traficantes e apreender grande quantidade de droga.
Operações de segurança acontecem com certa raridade nos estados e requer investimentos de recursos. Ocorre que o dinheiro para esse tipo de atividade está cada vez mais difícil, ao contrário do que acontece com o crime organizado. 

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