31 de outubro de 2017

Empresas lucram com roubo e furto de veículos


Os números elevados do Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado ontem em Brasília, revelam que Porto Velho está em segunda posição no ranking de roubo de veículos. Em 2016, segundo o relatório, o roubo de veículos atingiu 1.380. Os dados do Anuário Brasileiro são feitos com base nos registros do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e são de conhecimento das secretarias estaduais de segurança pública. 
A cidade de Porto Alegre está no topo da tabela com 1.446 veículos roubados. No caso de Porto Velho, boa parte desses automóveis é levada para a Bolívia, onde é trocada por droga ou tem uma encomenda certa. A preferência dos marginais, são caminhonetes. Muitos bandidos costumam utilizar as BRs-364 e 429, principal via de acesso à Bolívia. Outra alternativa das quadrilhas é a BR-425, que liga Porto Velho a Guajará-Mirim, cidade que faz fronteira com o município boliviano Guayaramérin. 
Geralmente, quem enfrenta esse tipo de violência fica com as consequências para o resto da vida. Os bandidos, quando roubam automóveis, costumam deixar as vítimas amarradas. A estratégia é utilizada para ganhar tempo até o veículo ser transportado pelas quadrilhas até o comércio boliviano. Outras vítimas precisam receber atendimento psicológico e vivem assustadas.
Esse tipo de violência gera lucro para as empresas que atuam na atividade de seguradora. Assim como o roubo de veículo dispararam, as vendas de seguro de automóveis também tiveram impulso nos últimos anos conforme apurou o Diário. Novas empresas estão se instalando em Porto Velho para abocanhar uma parte dessa receita. As seguradoras enxergam em Rondônia um grande potencial, uma vez que a região concentra cerca de 15% dos veículos seguráveis de toda a região Norte, de acordo com uma análise realizada a partir de dados do Denatran.
Na semana passada, governadores reunidos em Rio Branco, no Acre, pediram apoio do presidente Michel Temer (PMDB) no sentido de reforçar a fiscalização nos Estados que fazem fronteira com a Bolívia. A fronteira ainda é a principal saída para o comércio de drogas e roubo e furtos com destino a Bolívia. A fiscalização, infelizmente, ainda é deficiente e as quadrilhas aproveitam essa deficiência do Governo Federal para abusar de nossas fronteiras. Os governos estaduais, com atual estrutura de pessoa, não conseguem fiscalizar a fronteira diariamente e, muitas das vezes, contam com apoio do Exército Brasileiro na fronteiras.

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