Um estudo inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado ontem revelou que a falta de fiscalização nas rodovias pode complicar ainda mais a crise no setor de transporte de cargas. Essa atribuição é do Ministério dos Transportes, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit).
Em Rondônia, a única balança de fiscalização dos caminhões que transitam pela BR-364 está localizada no município de Ouro Preto do Oeste, região central do Estado. O problema é que a balança está desativa e segundo a superintendência do Dnit no Estado, a previsão de reativação e para 2018.
A falta de uma balança é um convite especial para a ilegalidade e irresponsabilidade. É comum encontrar na rodovia federal carretas transportando cargas bem acima do peso. Além de ocasionar grande risco de acidente, o que é mais grave, a falta de fiscalização contribui para a péssima qualidade do asfalto na BR-364 em território rondoniense.
Os pontos mais críticos, segundo apurou o Diário, estão no trecho entre Jaru Ariquemes e Cacoal e Pimenta Bueno. São trechos considerados perigosos e onde ocorreram os maiores índices de acidentes.
Outro problema apontado, segundo o estudo “Transporte Rodoviário de Carga (TRC): características estruturais e a crise atual” o aumento no número de transportadores, tanto de autônomos quanto de empresas, levou ao acirramento da concorrência, resultando em grande ociosidade na frota de caminhões e a consequente diminuição do preço do frete.
Atualmente, o setor tem 188 mil empresas de transporte de carga, cuja frota atinge 1,3 milhão de veículos. Elas dividem o mercado com 919 mil transportadores autônomos de carga (TACs), com uma frota de 1,1 milhão de veículos, e 400 cooperativas de transporte rodoviário de cargas (CTC), com frota de 18,8 mil veículos. A BR-364 é a única rodovia federal de acesso dos estados de Rondônia e Acre e sul do Amazonas, ao sul do Brasil.
Na próxima semana, a Comissão de Infraestrutura do Senado Federal discutirá a proposta de concessão da BR-364, no trecho entre os municípios de Comodoro (MT) e Porto Velho (RO). O abuso dos motoristas que circulam pelas estradas colocando em risco a vida das pessoas será um tema importante para colocar em discussão. Hoje a rodovia federal está bem abaixo da sua capacidade e o custo com a recuperação da estrada é elevadíssimo para os cofres do governo. De nada adianta o governo investir na melhoria do asfalto se não tem fiscalização efetiva nas rodovias.
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