A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recebeu na segunda-feira em Brasília integrantes da força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato que atuam em Curitiba. Na reunião, o chefe da equipe, procurador Deltan Dallagnol, apresentou um balanço dos três anos da operação, que realizou 150 acordos de delação premiada de investigados que tiveram participação nos desvios de recursos da Petrobras.
De acordo com o último levantamento feito pela PGR, o trabalho da força-tarefa resultou em 1,7 mil procedimentos de investigação abertos, 877 buscas e apreensões, 221 conduções coercitivas, 97 prisões temporárias e seis em flagrante. Os dados abrangem março de 2014 e agosto de 2017. A partir das investigações foram proferidas 165 condenações contra 107 pessoas, totalizando 1.634 anos e sete meses de prisão.
Os crimes investigados envolvem R$ 6,4 bilhões em pagamento de propina. E R$ 10,3 bilhões desviados da estatal e de outros órgãos públicos envolvidos nos desvios foram recuperados.
A população de Rondônia está ansiosa para saber os resultados dos inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas delações da Odebrecht e Andrade Gutierrez, sobre o pagamento de R$ 80 milhões em propinas a diferentes políticos em torno do projeto da usina de Santo Antônio, em Porto Velho.
Segundo o jornal o Estado de São Paulo, a maior parte dos pagamentos foi feita a políticos do PMDB, PSDB e PP. As acusações citam o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – condenado e preso em Curitiba –, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Edison Lobão (PMDB-MA), Ivo Cassol (PP-RO), Romero Jucá (PMDB-RR), além de Sandro Mabel, assessor especial do presidente Michel Temer.
Os codinomes mais citados nos inquéritos em poder do STF são “Maçaranduba” e “Dalas”. O primeiro, segundo depoimento do delator Henrique Serrano do Prado Valadares, recebeu R$ 2 milhões da Odebrechet pelo apoio ao projeto. Ainda consta no inquérito o codinome ‘São Francisco’.
O STF abriu uma força-tarefa para analisar todos esses inquéritos e espera concluir o mais breve possível. Uma força-tarefa foi aberta no STF com a missão de trabalhar exclusivamente na conclusão. É possível que o STF solicite ainda esta semana mais informações ao Ministério Público Federal em Rondônia
O dinheiro da propina seria o suficiente para indenizar as famílias que estão sofrendo no assentamento Joana D’arc 3, na região que abrange o reservatório da usina de Santo Antônio. Conforme mostrou o Diário em matéria no início do ano, mais de 100 famílias aguardam o recebimento de indenizações. A região foi invadida por mosquitos e até os animais estão sofrendo. O dinheiro também seria o suficiente para construir novas salas de aula e investir na melhoria das unidades de saúde de Porto Velho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário