Rondônia sofreu um corte de mais de R$ 70 milhões, dinheiro que seria destinado para investimentos em programas de habitação no Estado. O valor seria necessário para atender uma boa parcela da população que aguarda na longa fila de espera de residências populares.
A redução do volume de recursos acontece em função do Ministério das Cidades ter atendido um pedido da Caixa Econômica para remanejar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) entre programas da área de habitação e entre Unidades da Federação. Até aí tudo bem. O problema parece ser na falta de critério para fazer esse remanejamento.
O remanejamento, conforme mostrou ontem o Diário, favorece Estados como o de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. São Paulo passou a contar com mais que o dobro do recurso previsto para as ações na área de habitação neste ano, saindo de R$ 7,1 bilhões para R$ 15,4 bilhões. Minas teve o orçamento elevado de R$ 3 bilhões para R$ 6,2 bilhões e Goiás saiu de uma previsão de R$ 900 milhões para 3,7 bilhões.
Porto Velho sofreu em 2014 uma das piores enchentes da história e muitas famílias tiveram de ser retiradas de áreas de risco no bairro Triângulo, um dos mais afetados com a cheia do rio Madeira. Até hoje existem famílias sem residência própria.
Ainda na capital rondoniense, pelo menos dois conjuntos habitacionais tiveram de ser desocupados por problemas na infraestrutura. Mais de 200 famílias deveriam morar nos conjuntos localizados no bairro Floresta e na Vieira Caúla, região central da cidade, mas elas tiveram de ser retiradas do local em função do risco de desamento dos prédios. Quando os moradores ocuparam os imóveis abandonados, eles tiveram de fazer adaptações na estrutura, o que acabou comprometendo todo o prédio.
Rondônia foi um dos Estados da federação mais beneficiados com obras de programa de habitação. Foram mais de 20 mil imóveis entregues através de programas de habitação e esse investimento ajudou a impulsionar a economia nos municípios, além de aquecer as vendas em lojas de material de construção.
Até o início de 2015, Rondônia tinha um saldo em carteira disponível na Caixa Econômica Federal algo em torno de R$ 1,8 milhão para novos investimentos. Esse percentual deveria dobrar no ano passado, mas isso não aconteceu - a previsão era de injetar mais de R$ 500 milhões no Estado. Os cortes anunciados pelo Governo Federal só complicam o sonho da classe menos favorecida.
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