Se a situação caminha difícil na geração de emprego e renda em Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, a tendência é piorar nos próximos dias. Um tratado de exportação feito entre Brasil e Bolívia entrou em vigor ontem e prevê que os produtos exportados para o território boliviano sejam transportados por balsas regulamentadas pela Agência de Transportes Aquaviários (Antaq) e não mais por barqueiros dos dois países, como sempre aconteceu.
Segundo informou ontem a Associação Comercial de Guajará-Mirim, os empresários brasileiros e bolivianos reclamam que os termos vão dificultar a liberação dos produtos, uma vez que Guayaramerín não tem Aduana e o processo burocrático para legalizar a entrada ficará mais caro, demorado e afetará o mercado de trabalho, causando demissões em massa.
Além de Guajará-Mirim, a cidade boliviana de Guayaramerín também sofrerá grande impacto com a nova medida que começou a vigorar ontem. Trata-se de uma situação bem delicada para as duas regiões. A cidade boliviana depende do comércio de Guajará para impulsionar a receita municipal.
Ocorre que as medidas devem ser cumpridas. Atualmente o transporte de produtos pelo rio Mamoré é arriscado e a fiscalização da Receita Federal não é suficiente para monitorar as embarcações dos produtos que circulam na fronteira. É muito raro o acidente envolvendo embarcações na região, mas todo o cuidado é necessário.
O problema é que a medida pegou muita gente de surpresa. Os órgãos responsáveis pela fiscalização na fronteira de Guajará-Mirim deveriam orientar com antecedência as pessoas que serão diretamente impactadas com a nova medida. Quem está atuando de forma irregular, deveria providenciar a documentação necessária para realizar o trabalho de acordo com o novo acordo.
Guajará-Mirim, além de problemas no setor de saúde, enfrenta problemas na Área de Livre Comércio, considerada na década de 80 responsável pelo avanço da economia na região, principalmente na rede hoteleira.
Em 2016, o anúncio da inclusão da ponte Brasil Bolívia na reserva orçamentária anual para o exercício de 2017 fez resgatar a esperança de dias melhores na economia do município de Guajará-Mirim. Mas tudo não passou de promessas. O governo Dilma, também tentou regulamentar a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim. A proposta não recebeu continuidade no atual governo. A eleição está se aproximando e a população vai começar a receber novas propostas, que dificilmente serão cumpridas.
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