A presença do Exército Brasileiro no trabalho de varredura nos presídios de Porto Velho foi uma importante resposta do Estado no combate ao crime organizado dentro do sistema prisional. A operação foi necessária e aconteceu no ano passado sem muito alarde para não vazar as informações e comprometer o andamento do trabalho.
Ocorre que após essas operações, o número de droga apreendida dentro dos presídios caiu drasticamente. No entanto, a violência fora dos presídios ainda impera com todo vapor. Somente no mês passado, mais de 20 pessoas foram assassinadas por envolvimento com o tráfico de drogas.
Um balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) revela que no ano passado foram apreendidos mais de 835 quilos de cocaína, além de anfetaminas 181 gramas; crack 42.719 gramas; ecstasy 34 unidades; haxixe 30 g; LSD 34 pontos; maconha 318.894 gramas, além de 4.019 pacotes de cigarros.
A ação do Exército é importante para o sistema prisional e nas áreas de fronteira. Nos meses de janeiro e fevereiro a 17ª Brigada de Infantaria de Selva intensificou as ações na faixa de fronteira dos estados de Rondônia e Acre com Bolívia e Peru, visando o combate a crimes ambientais e delitos transnacionais, como o narcotráfico, o contrabando, o tráfico de armas e munições, além de outros ilícitos. Nesse contexto, as ações militares são importantes e sempre visam garantir a segurança da sociedade.
Rondônia tem uma imensa área de fronteira que facilita a vida dos traficantes e contrabandistas. As estradas que dão acesso aos municípios do Acre são usadas com frequência para a entrada de armas no Brasil e Rondônia faz parte da rota. Com outras atribuições, o caixa do Exército deve receber um aporte maior no Orçamento da União de 2018. Ações como esta, principalmente na Amazônia, são necessárias.
Operações nos presídios da capital e interior se tornam menos relevando para o mundo do crime que a fronteira de Rondônia continua de porteira aberta para o narcotráfico. Apesar do bom trabalho da PRF e da Polícia Federal, a falta de estrutura e logística facilitam a criminalidade.
Hoje as bocas de fumo de Porto Velho são abastecidas com a cocaína produzida na Bolívia. Enquanto o governo não intensificar a fiscalização na fronteira, Porto Velho vai continuar registrando um elevado índice de homicídio em função da disputa pela droga.
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