Com uma sequência de reajustes no preço da gasolina, anunciado ontem e na semana passada pela Petrobras, a conta da população brasileira tem uma grande tendência de ficar no vermelho nos próximos meses. Foi assim, no mês passado, conforme apontou o Indicador de Reserva Financeira apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O indicador revela que parte dos consumidores está tendo que recorrer às suas reservas financeiras para lidar com imprevistos, entre outras situações. Em cada dez poupadores, quatro (41%) sacaram ao menos parte dos recursos que possuem guardados no último mês de março.
A maior parte recorreu a esse dinheiro para lidar com alguma situação emergencial, citada por 12% das pessoas ouvidas. Outros 9% utilizaram parte da reserva porque os rendimentos que possuem não foram suficientes para cobrir as despesas e demais compromissos. Os que fizeram saques para adquirir algum bem também somam 9% da amostra.
A alta da gasolina encarece cada vez mais o frete, aumenta o preço dos alimentos e puxa a inflação. Muitos brasileiros estão mudando de hábitos e deixando o carro na garagem. Ontem, pela primeira vez, o país registrou o primeiro ato após uma série de reajustes no preço dos combustíveis. Caminheiros fecharam várias rodovias federais contra o reajuste no preço da gasolina.
Ontem também, por grande coincidência, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial caiu para 55,5 pontos em maio. Foi a segunda queda consecutiva do indicador, que está 1,2 ponto inferior ao de abril. As duas quedas consecutivas, de abril e maio, interrompem uma sequência de oito meses de crescimento, ou pelo menos de estabilidade.
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