23 de maio de 2011

Fantástico: Prefeitura de Porto Velho compra anticoncepcional superfaturado



O Fantástico denunciou ontem um forte esquema de corrupção de compra de medicamentos superfaturado pelas prefeituras e que resultou em várias prisões no Brasil. O esquema mais grave, segundo o chefe da corregedoria geral da União do Rio Grande do Sul, Fábio Valgas, aconteceu em Porto Velho, capital de Rondônia.

De acordo com a reportagem do Fantástico, a Prefeitura de Porto Velho comprou anticocepcional da empresa Sulmedi, distribuidora de remédios com sede no Rio Grande do Sul, ao preço de R$ 9,90. O mesmo medicamento é vendido nas farmácias populares ao preço de R$ 1,24. A prefeitura comprou o medicamento pelo preço de quase nove vezes mais caro.

Para o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, "uma aquisição com essa dimensão, ela toda a evidência de um indício penal evidentemente.

Por outro lado, informou a reportagem, falta medicamento da farmácia básica em Porto Velho:

"Não tem dinheiro para diabetes. Dizem que vai chegar mas ainda não tem.", lamenta a dona de casa Raimunda dos Santos.

Faltam remédios do programa "Farmácia básica".

"Lá no outro posto, chegava lá e não tinha remédio", acrescenta Raimunda dos Santos.

Por complicações do diabetes, dona Raimunda dos Santos perdeu o dedo do pé. "Já inflamou e o jeito foi cortar o pé".


Faltar um medicamento de uma cesta de 80 medicamentos dispensado para o paciente gratuitamente não é uma falha", diz Williames Pimentel, secretário municipal de saúde de Porto Velho.

O esquema de corrupção foi descoberto pela Polícia Federal em 29 cidades, inclusive Porto Velho. Na semana passada, foram presos o proprietário da Sulmedi, Dalci Fellipeti, secretários de saúde, empresários e funcionários de prefeituras. Todos estão soltos. A fraude em licitação estava sendo investigada pela PF há quase dois anos. O objetivo foi desfazer o grupo de corrupção que desviava recursos do programa "Farmácia básica".

Somente no ano passado, o programa liberou R$ 1,7 bilhões para compra de medicamentos para distribuição gratuita à população.

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