Com 28 anos de operação do sistema de água na cidade de Rolim de Moura, a Caerd ainda não executou uma ação preventiva que resolva o recorrente problema da falta de água no período de estiagem. Esta semana a situação se repetiu pela 28ª vez. Foram sete dias sem uma gota de água em mais de 70% das residências e comércio em geral, disse o vice-presidente da Câmara de Vereadores, Sergio Sequessabe (PR). A água só chega aos setores baixos da cidade.
A Caerd divulgou um comunicado dirigido à população, para tentar justificar falta d’água, o que foi imediatamente rebatido. Populares não aceitaram a justificativa da companhia, de que desta vez, a culpa não é dela. O problema é a estiagem e a escassez de água onde ocorre a captação, diz o comunicado.
A professora aposentada, da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Arlene Mariani Fujihara, disse que mora em Rolim de Moura desde 1987. “Desde o primeiro ano após a inauguração da Caerd, todos os anos falta água na cidade, neste período, e nenhuma providência foi tomada”. Moradora do bairro Boa Esperança, a professora chegou a se reunir com presidentes de associações de bairros para, em grupo, pedir providências. “Fiquei seis dias seguidos sem água em casa, sem saber o que fazer”, conta a Mariani Fujihara.
Outro morador de Rolim de Moura que procurou a reportagem de O Estadão para reclamar é Roberto Carlos Gonçalves, 47 anos. Funcionário público, ele mora na Rua Teresina, bairro Planalto. “Hoje ainda deu uma melhorada, mas, nos últimos dias, passamos sem uma gota d’água”, disse o servidor, casado pai de três filhos, sendo dois, estudantes. Perguntado se já foi ao escritório da Caerd reclamar, Roberto disse que a diretoria da Caerd atende mal as pessoas. “Eles tratam a gente, como se estivéssemos pedindo uma esmola”, afirma.
Roberto disse ainda, que a Caerd coloca a culpa na seca do rio, mas se esquece de colocar no comunicado, que a falta de água é constante nos bairros mais altos. “Só vem água a noite”. Para o servidor “é uma falta de respeito à gente pagar tão caro por uma água que não temos”. Dois dos filhos, que estudam, tiveram que perder aula nesses dias. Sem roupas limpas, sem poder tomar banho e até mesmo sem alimento, o pai preferiu deixar as crianças em casa.
Fonte: Jornal O Estadão do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário