Prefeito eleito de Rolim, Cesar Cassol. Foto Roni Carvalho |
Porto Velho, Rondônia - O
verdadeiro administrador só é conhecido como bom gestor no momento
de crise financeira. A afirmação é do prefeito eleito do município
de Rolim de Moura, empresário César Cassol (PP), que admite
encontrar pela frente vários problemas na prefeitura, somados com a
queda na arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), que atingiu todas as prefeituras. “A expectativa da
população é grande e não podemos decepcionar”, admitiu.
Empresário
no ramo do setor elétrico, solteiro, pai de quatro filhos e um neto,
Cesar Cassol nasceu na cidade de Maravilha (SC). Já ocupou vários
cargos públicos. Foi prefeito do pequeno município de Santa Luzia,
deputado estadual por dois mandatos e diretor do Departamento
Estadual de Trânsito (Detran). Ele conta com longa experiência da
vida pública para mudar o destino econômico e administrativo do
município.
Diário
– O que a população de Rolim de Moura pode esperar do novo
prefeito?
Cesar
Cassol – O nosso desejo é proporcionar dias melhores à população.
Sabemos que vamos encontrar muita dificuldade financeira em
decorrência da crise internacional que atingiu o Brasil, mas o bom
administrador só é conhecido como bom gestor no momento de crise.
Diário
– O senhor já tomou conhecimento da situação administrativa e
financeira do município?
Cesar –
Até o momento o atual prefeito não abriu as portas para a equipe de
transição. Não sabemos a dívida da prefeitura e estamos com
dificuldades na transição. Mas já temos conhecimento prévio que
enfrentaremos muitos problemas pela frente. Para se ter uma ideia, o
município deixou de pagar R$ 2 milhões do fundo de previdência dos
servidores e agora parcelou a dívida. Quem vai pagar será eu. Foram
compradas 4 caçambas, mas o município só recebeu 2.
Diário
– Quem serão seus assessores?
Cesar –
Ainda não definimos a nossa equipe, mas será composta por um número
pequeno de secretários e o vice-prefeito Luizão do Trento (PSDB).
Vamos reduzir a quantidade de servidores comissionados e cortar
gastos com combustível, diárias e material de expediente. Por outro
lado, estamos negociando parcerias com o governo para ajudar a
socorrer o município.
Diário
– Esse ano, o município enfrentou escassez com a falta de
água. Como conduzir esse problema em 2013?
Cesar –
A Companhia de Água e Esgoto de Rondônia deixou muito a desejar nos
últimos anos. Não fez investimentos e quem pagou o preço alto pela
falta de planejamento foi a população. Muitos bairros ficaram sem
água tratada no período da seca.
Diário
- No período da chuvas, várias prefeituras enfrentam problemas na
área da saúde. O município corre o risco de dengue?
Cesar –
A partir do dia primeiro, vamos montar um verdadeira operação de
guerra no município que vai atingir serviços os serviços de coleta
de lixo, limpeza de córregos e ruas. A saúde é nosso desafio.
Sabemos que falta tudo no hospital regional, mas o município não
tem condições de tocar essa unidade sem ajuda dos governos.
Diário
– No campo econômico, o que fazer para gerar empregos?
Cesar –
O orçamento do município para o ano que vem foi fixado em R$ 80
milhões e está aprovado pela Câmara. Vamos incentivar os bancos a
proporcionar maior oferta de linha de crédito ao pequeno agricultor,
o que vai influenciar no comércio local. O município será parceiro
das agências bancárias, até por que, os salários dos servidores
são depositados nessas agências. A contrapartida é mais que justa.
Diário
– Recentemente, os servidores públicos aderiram a uma greve geral.
Como será seu relacionamento com o funcionalismo?
Cesar –
Será o melhor. Sabemos que o atual prefeito reduziu pela metade os
vencimentos dos servidores estatuários.
Diário
– Como será relacionamento com o governo?
Cesar –
O melhor possível. Vamos discutir com o governo a proposta do
município assumir o licenciamento ambiental, hoje executado pela
Sedam. Isso facilitaria a vida do homem do campo, que não precisaria
se deslocar até a capital para resolver problemas. Por outro,
facilitará a vida dos agricultores, que poderão contrair linhas de
créditos junto aos bancos.
Diário
– O município, em função da queda de repasse do FPM, terá
condições de gerenciar esse ano o hospital regional?
Cesar –
O Estado precisa oferecer uma contrapartida para tocar essa unidade
de saúde. Faltam medicamentos e material hospitalar. O setor de
saúde também será alvo dessa “operação de guerra”. Diário
– E o relacionamento com a bancada federal?
Cesar –
Conseguimos assegurar junto com a bancada federal a importância de
R$ 50 milhões para investimentos em 2013 na área da agricultura,
saúde e educação. Tenho bom relacionamento com os três senadores
e oito deputados federais. O processo eleitoral chegou ao fim. Agora
é hora de muito trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário