14 de abril de 2014

Denunciada manobra para destituir Mesa Diretora da Câmara de Candeias

Vereadores Neiton Bento (e) durante visita à redação
O clima na Câmara Municipal de Candeias do Jamari continua tenso, e o pivô de tudo seria o ex-prefeito e ex-deputado federal, Lindomar Alves, o Garçon, que estaria articulando manobra para destituir a atual composição da Mesa Diretora, presidida pelo vereador Neilton Bento (Pros), adversário do atual prefeito Dinho Sousa, tio de Garçon.

De acordo com Neilton, que esteve no Diário acompanhado do 2º secretário, vereador João Gadelha (PDT), tudo começou com o processo de cassação do prefeito Dinho, acusado de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2012, quando obteve 3.144 votos válidos (24,73%) contra 3.103 (24,41%) do professor Raimundo.

No último mês de março, o juiz Eleitoral, Carlos Augusto Teles de Negreiros, determinou a diplomação do professor, mas uma liminar do juiz Federal, Herculano Martins Nacif, manteve Dinho no cargo, sob a alegação de que a medida seria desproporcional, ao conceder efeito imediato. Para surpresa dos candeienses, Dinho renunciou ao cargo com a pretensão de concorrer a outro cargo nas eleições gerais deste ano. Com isso, assumiu o vice Francisco Sobreira, conhecido como “Careca”.

Como dos nove vereadores de Candeias, seis são da base do Executivo (Bejim (PV), Haia (PV), Miguelzinho (PV), Júnior Silva (PP), Carlos César (PC do B) e Brito da Bicicletaria (Solidariedade), a estratégia do grupo de Garçon, segundo Neilton e Gadelha, é destituir a atual Mesa Diretora para eleger presidente o sobrinho do ex-deputado federal e ex-prefeito, o vereador Claudiomar Lemos, o Haia, que em seguida assumiria a prefeitura com a possível renúncia ou confirmação da cassação do “Careca”.

Para o presidente da Câmara, que antes de ser vereador atuava como comerciante na cidade, a insatisfação por parte do prefeito e do grupo aliado, deve-se ao trabalho transparente que vem sendo realizado na Casa. “Com o mesmo orçamento da Mesa anterior, reformamos a Câmara, compramos equipamentos e isso tudo tem desagradado a esse grupo, que tem enfrentado também a mobilização da população, que nos apoia”, afirmou.


Renúncia e aprovação de processo sob vaias do público


Na tentativa de colocar o plano em prática, segundo Neilton e Gadelha, na manhã do último dia 7, cinco dos vereadores aliados ao prefeito entraram com requerimento junto ao setor financeiro da Câmara pedindo uma série de informações “de imediato”. Diante da impossibilidade de os servidores atenderem, em função também da ausência do chefe imediato, os vereadores teriam mantido os servidores numa espécie de cárcere privado, até a chegada do diretor, Sérgio Pastor, que respondeu a parte dos questionamentos no dia seguinte e pediu prazo de 10 dias para os demais. Ainda no dia 7, o grupo se reuniu com Neilton e pediu para que o mesmo renunciasse à Presidência e em troca não teria investigadas possíveis irregularidades. “Eles me deram prazo até a terça-feira. Não aceitei renunciar e sugeri que se houvesse alguma suspeita contra mim, encaminhassem pedido de investigação ao Tribunal de Contas do Estado, pois é o órgão competente”, disse Neilton, completando que à noite, durante a sessão ordinária, os vereadores Júnior Silva (1º secretário) e Carlos César (vice-presidente) pediram renúncia da Mesa e entraram com novo requerimento, desta vez para abertura de processo para apurar irregularidades do presidente. “O mais interessante é que esse pedido não constava na Ordem do Dia. Eu, como presidente, só soube na hora e o documento só foi protocolado após ser aprovado sob vaias do público que assistia à sessão. A decisão de Carlos César contrariou, inclusive, orientação do seu partido, o PC do B”, argumentou, ressaltando o apoio do vereador Dr Lúcio Rojas (3º secretário), também do PC do B, que optou em ficar com a minoria da Câmara, mas a maioria da população, que foi a responsável pelo voto que os conduziu à Câmara.

Novo tumulto



Os vereadores Júnior Silva, Bejim e Miguelzinho, protagonizaram novo tumulto, na quinta-feira, que resultou no registro de ocorrência na Delegacia daquele município (BO 789/2014) pelo cidadão Silas da Costa Rafael de Assis, que acusa os três de abuso de poder pelo fato de ter sido expulso da Câmara. Segundo o denunciante, os três vereadores registravam na sessão o trabalho realizado nas imediações por pedreiros de uma empresa terceirizada. Ao questionar por que os mesmos não fiscalizavam obras na cidade, foi iniciada uma discussão seguida de agressão e expulsão de Silas Rafael, que ainda acusa Bejim e Júnior da Silva de ameaça de morte. “Os dois estavam bastante nervosos, me cercaram e o Bejim me pegou pelo colarinho e me chamou para brigar no campo de futebol, atrás da Câmara, me xingou e ameaçou de morte”. (Diário da Amazônia)

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