Sem dúvida, a operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, deixou um rastro de prejuízos na economia brasileira com a demissão de funcionários que trabalham em frigoríficos, além de comprometer as exportações do alimento para outros países. Órgãos ligados a federação da agricultura e federação da indústria e comércio se uniram em defesa da carne produzida no Brasil.
Ontem, o presidente Michel Temer disse em entrevista à Agência Brasil que ligaria para o presidente da China, Xi Jinping, na tentativa de fazer com que o país volte atrás na decisão de suspender a importação de carne brasileira, após as denúncias de problemas na fiscalização do produto. Segundo Temer, o caso, desencadeado após a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, “não poderia estar alcançando a dimensão a que chegou”.
Alguns países tiveram de rever a decisão e retomaram às exportações do alimento brasileiro. Se de fato a carne produzida no Brasil apresentasse problemas de saúde à população, muitos senadores não estariam defendendo o produto na Comissão da Agricultura do Senado, como ocorreu na última quarta-feira durante reunião presidida pelo senador Ivo Cassol (PP-RO).
Rondônia registrou recorde de abate de bovinos no quarto semestre do ano passado e hoje sente um prejuízo de mais de R$ 30 milhões, conforme as projeções da Associação dos Produtores Rurais de Porto Velho e Ji-Paraná. A carne produzida no Estado chega em 40 países e é transportada por meio da rio Madeira, em Porto Velho, contribuindo para o aumento das exportações.
A mobilização da sociedade, e em especial da mídia, para reverter a situação foi sim importante no sentido de evitar uma piora do cenário. Mais uma vez, o governo agiu corretamente ao lançar ontem o Novo Processo de Exportações do Portal Único de Comércio Exterior. O evento foi lançado ontem e serviu para fortalecer a importância do produto com o mercado internacional.
O Brasil é de fato um dos maiores exportadores de carne e o comércio internacional tem fome em provar o alimento. No entanto, o maior consumidor do produto é a própria população brasileira, que um dia após a operação deflagrada pela Polícia Federal, manteve a rotina de ir ao supermercado e comprar carne para um bom churrasco. Os países devem rever seus conceitos com relação a carne abatida nos frigoríficos.
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