A decisão do Governo Federal de enviar à Agência Nacional de Saúde (ANS) uma proposta para regular a oferta de planos de saúde populares pode ser uma luz no final do túnel para amenizar o gargalo no setor com a superpopulação nos postos da rede pública espalhados pelo Brasil.
Pela proposta inicial do Palácio do Planalto, esses planos são modelos que oferecem uma cobertura restrita, menor do que a dos planos conhecidos, a preço mais baixo para quem não tem condições de pagar R$ 140,00 por um plano de saúde. Quem tem condições, procura as clínicas particulares localizadas nos bairros considerados mais populosos.
Dependendo do procedimento, o paciente vai ter, por exemplo, que pagar metade da conta. Os órgãos de defesa do consumidor já reagiram contra essa proposta, conforme matéria publicada na edição de ontem do Bom dia Brasil, da Rede Globo.
Tem nome de plano, tem carteirinha de plano, mas não é aquele plano. A preocupação dos institutos de apoio ao consumidor é que os planos populares possam criar uma ilusão para o consumidor e, no fim das contas, sair muito caro. A ideia é que o cliente pague por 50% das consultas e exames.
Ontem, a Associação Médica Brasileira encaminhou nota ao Diário informando que não tem conhecimento de planos populares de saúde que foram apresentados pelo governo para avaliação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Disse ainda que não participa do processo de construção e nem debate o assunto com o Ministério da Saúde.
Ocorre que as operadoras que já atuam com plano de saúde não estão com condições de atender à demanda e receberão inúmeras punições por essa grande deficiência da saúde pública no Brasil. A deficiência do SUS nos Estados fez sobrecarregar de forma drástica a superpopulação de pacientes nas clínicas particulares. Dependendo de alguns atendimentos, mesmo sendo particular, o paciente demora até um mês para ser atendido. Isso quando consegue.
É bem possível que as clínicas de pequeno porte localizadas em bairros populosos possam contribuir de forma simples no trabalho de redução das filas de espera de atendimento nas grandes unidades de saúde particulares. O que não pode é permitir que as grandes operadoras de planos de saúde continuem oferecendo atendimento demorado, complicando a fila de espera. Trata-se de um assunto importante para se colocar em discussão e cobrar do Ministério da Saúde uma resposta urgente.
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