A crítica situação das rodovias federais por onde circula o maior fluxo de grãos no Norte do Brasil pode impedir o crescimento do Produto Interno Bruto, o PIB, no primeiro trimestre e puxar a economia para baixo. O caos da BR-163, que liga Mato Grosso aos portos do Pará, levou o Governo Federal a lançar na última quarta-feira um plano de concessões de ferrovias e estradas.
Estimados em R$ 45 bilhões, o governo pretende investir pesado nesse primeiro semestre para alavancar a economia do Brasil. Entre os projetos que serão concedidos à iniciativa privada nessa segunda rodada estão os 211 quilômetros da BR-101 de Santa Catarina, entre os municípios catarinenses de Paulo Lopes e São João do Sul. Os investimentos estimados são de R$ 4 bilhões, no prazo de 30 anos, e o leilão está previsto para o 1º semestre de 2018.
Na área de Portos, os novos arrendamentos são para os terminais de celulose e de veículos do Porto de Paranaguá, no Paraná; o de celulose de Itaqui, no Maranhão; e também o Terminal de Carga Geral do Porto de Santana, no Amapá. Os investimentos previstos são de R$ 456 milhões, no prazo de 25 anos. A estimativa é que os leilões ocorram no 1º semestre de 2018.
No ano passado, a então presidente Dilma Rousseff lançou um pacote bem semelhante. Constava no primeiro plano lançado pela petista os estudos para a privatização da BR-364, no trecho entre Comodoro (MT) e Porto Velho (RO). A proposta de privatização não avançou e não houve interesse dos investidores em se habilitar na disputa pela concessão. No pacote de concessões do peemedebista não consta nada em relação a rodovia federal.
A BR-163 é importante para o escoamento de grãos do Mato Grosso, mas a BR-364 também tem forte influência na economia de Rondônia. O volume de carga transportada pela 364 cresceu em torno de 20% e a rodovia ficou em situação colapso. Se de fato o governo pretende aumentar o PIB, deve melhorar a infraestrutura das rodovias federais na região Norte.
Hoje o País enfrenta um momento bem difícil em função da operação Lava Jato e a falta de credibilidade do Governo Federal. Pelo menos esse é o clima que tomou conta da capital federal após Michel Temer assumir o comando do Brasil com o impeachment da petista. Como investir em um governo onde seus auxiliares são citados com frequência em denúncias de corrupção e desvio de recursos? O resultado dessa desconfiança é um Brasil parado e com pouca perspectivas de crescimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário