16 de março de 2017

As mobilizações contra a reforma da Previdência

As manifestações promovidas ontem por trabalhadores em todas as capitais do País prometem nos próximos dias  despertar do sono profundo o movimento Vem Pra Rua, aquele que culminou com o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A classe trabalhadora foi para as ruas manifestar posição contrária à Proposta de Emenda à Constituição que eleva o período de aposentadoria da nova Previdência Social, e cuja a proposta está em discussão em uma comissão especial na Câmara dos Deputados.
A mobilização de ontem ganhou as principais praças públicas, tomou as ruas e serviu para mostrar que a classe trabalhadora reprova toda e qualquer ideia do governo Michel Temer (PMDB) de alterar as garantidas dos trabalhadores previstas em lei. Trata-se do primeiro movimento de grande repercussão nacional enfrentado na gestão do peemedebista depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e coloca as bancadas federais dos Estados e situação bem complicada.
Os protestos contra o governo acontecem justamente no momento em que a política econômica começa a produzir pequenos efeitos após a saída da petista do comando do Brasil. Para conhecimento do leitor, ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou informativo sobre o recorde na agricultura com aumento na produção de ovos e abate de frangos e suínos. A economia também começa a aquecer com os saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Ao mesmo tempo que ocorriam as manifestações pelas ruas das capitais, representantes do Ministério do Planejamento explicavam para jornalistas em Brasília as principais consequências para os cofres públicos, caso o governo não aprove as mudanças na reforma da Previdência no atual modelo sugerido pelo governo. O curioso da apresentação é que as medidas sugeridas pelo Palácio Planalto não produzirão efeitos nos primeiros anos, mas são medidas paliativas para o Brasil.
O cenário caótico que se encontra a Previdência no Brasil não é culpa do atual governo. Talvez os governos passados tentaram se esquivar da discussão em torno do assunto.  As entidades sindicais devem ser procuradas e precisam apresentar sugestões que possam viabilizar o Brasil no futuro. O presidente Michel Temer já sinalizou na imprensa que não tem pretensão de disputar a reeleição, mas o futuro presidente da República ficará de mãos atadas, caso não aconteça uma mudança no regime previdenciário do Brasil.
A proposta de ampliar o período de aposentadoria de 55 para 65 jamais terá apoio da classe trabalhadora, mas os governos não podem fugir da discussão do tema. 

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