O efeito relâmpago da operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF) na última sexta-feira no Paraná, foi o suficiente para mexer na economia brasileira - que ainda tenta se recuperar do estrado produzido pela operação policial Lava Jato – e atravessar outros países que importam com frequência a carne brasileira.
Há correntes fortes afirmando que a operação deflagrada foi um verdadeiro exagero. Os fatos investigados nesse primeiro momento foram concentrados em apenas três bases frigoríficas investigadas com suspeitas de maquiagem de carne. Mesmo assim, o estrago da operação foi péssimo para a economia brasileira.
O presidente Michel Temer (PMDB) foi obrigado no último domingo a almoçar em uma churrascaria e comer picanha. O peemedebista também convocou uma reunião de emergência com todos os órgãos envolvidos na fiscalização da carne brasileira. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, concedeu coletiva à imprensa para tentar reduzir o impacto econômico da operação.
O peemedebista deixou claro que dos 11 mil funcionários do Ministério da Agricultura, apenas 33 estão sendo investigados e das 4.837 unidades sujeitas a inspeção federal, delas, apenas 21 estão supostamente envolvidas em irregularidades. O governo sabe da importância da força econômica da carne brasileira.
A operação federal acontece justamente no momento em que o estado de Rondônia bate recorde de abate de bovinos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatisticas (IBGE), Rondônia abateu no quarto semestre de 2016 mais de 50 mil bois. Rondônia foi um dos poucos Estados a atingir aumento do abate, enquanto São Paulo apresentou queda juntamente com Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Paraná, Bahia, Espírito Santo, Ceará e Acre.
O Brasil não pode ser prejudicado por um fato isolado, mas nesse momento ganha importância o Ministério da Agricultura, por meio da Delegacia Federal da Agricultura nos Estados, em intensificar a fiscalização nas empresas. Esse trabalho sempre foi realizado de forma bem rigorosa no estado de Rondônia. Por outro lado, as missões internacionais são criteriosas quando fiscalizam os frigoríficos antes de comercializar a carne brasileira.
Rondônia, por exemplo, já recebeu várias missões internacionais que atestaram a qualidade da carne bovina, suíça e carne de frango. O Ministério da Agricultura, apesar do pequeno número de funcionários existentes em Rondônia, está fazendo o dever de casa. Também não há registro de frigoríficos envolvidos em esquema de adulteração da carne. O governo, mais uma vez, viu a importância da fiscalização e da necessidade da contratação de novos funcionários para atender à demanda dos Estados.
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