A cidade de Porto Alegre está no topo da tabela com 1.446 veículos roubados. No caso de Porto Velho, boa parte desses automóveis é levada para a Bolívia, onde é trocada por droga ou tem uma encomenda certa. A preferência dos marginais, são caminhonetes. Muitos bandidos costumam utilizar as BRs-364 e 429, principal via de acesso à Bolívia. Outra alternativa das quadrilhas é a BR-425, que liga Porto Velho a Guajará-Mirim, cidade que faz fronteira com o município boliviano Guayaramérin.
Geralmente, quem enfrenta esse tipo de violência fica com as consequências para o resto da vida. Os bandidos, quando roubam automóveis, costumam deixar as vítimas amarradas. A estratégia é utilizada para ganhar tempo até o veículo ser transportado pelas quadrilhas até o comércio boliviano. Outras vítimas precisam receber atendimento psicológico e vivem assustadas.
Esse tipo de violência gera lucro para as empresas que atuam na atividade de seguradora. Assim como o roubo de veículo dispararam, as vendas de seguro de automóveis também tiveram impulso nos últimos anos conforme apurou o Diário. Novas empresas estão se instalando em Porto Velho para abocanhar uma parte dessa receita. As seguradoras enxergam em Rondônia um grande potencial, uma vez que a região concentra cerca de 15% dos veículos seguráveis de toda a região Norte, de acordo com uma análise realizada a partir de dados do Denatran.
Na semana passada, governadores reunidos em Rio Branco, no Acre, pediram apoio do presidente Michel Temer (PMDB) no sentido de reforçar a fiscalização nos Estados que fazem fronteira com a Bolívia. A fronteira ainda é a principal saída para o comércio de drogas e roubo e furtos com destino a Bolívia. A fiscalização, infelizmente, ainda é deficiente e as quadrilhas aproveitam essa deficiência do Governo Federal para abusar de nossas fronteiras. Os governos estaduais, com atual estrutura de pessoa, não conseguem fiscalizar a fronteira diariamente e, muitas das vezes, contam com apoio do Exército Brasileiro na fronteiras.